Acada transmissão em HD fico mais indignado com os estádios do Campeonato Baiano. Incrivelmente, a Bahia tem 44 estádios no cadastro nacional da CBF, menos apenas que São Paulo (116) e Rio Grande do Sul (45). Porém, alguns parecem terrenos baldios e nenhum oferece excelentes condições ao torcedor. Vazios, ficam frios.
O problema de conquistar novos fãs e fazer os fanáticos gastarem mais com o futebol passa por problema semelhante àquele com os patrocinadores: o que querem e o que tenho a dar? É a pergunta que deveria nortear o trabalho de quem vive o negócio, seja organizador de evento, instituição, atleta. Como faço para seduzir?
Nossa abundância de praças esportivas tem histórico nos interesses políticos. Assim o concreto floresceu nas terras sem tradição de Camacan (estádio Antonio Elias Ribeiro), Candeias (David Caldeiras), Irecê (Jovianiano Dourado), Jacobina (José Rocha) ou Ribeira do Pombal (Ferreira Brito).
Nestas cidades, melhor seria investir na prática escolar, formando cidadãos e estimulando a saúde. Ou, caso o desejo seja mesmo o negócio, apostar em nichos de mercado (futsal, vôlei, atletismo, etc) com captação de investidores específicos. O interior paulista e o gaúcho exploram bem esta vertente.
Parece o caminho de Lauro de Freitas ao trocar o autódromo por centro de excelência de judô, com contrapartida financeira da federação internacional. O esporte como ferramenta de caprichos individuais é garantia de produto mal acabado. Arquibancada vazia é culpa do faraó; não é sua, torcedor.
Fúria de vendas - A camisa do Bahia em homenagem à Espanha lidera as vendas desde o lançamento, em novembro do ano passado, com quase 12 mil unidades comercializadas. Supera inclusive os padrões oficiais 1 e 2. Neste produto, a superstição do torcedor não é definitiva: o Bahia nunca ganhou vestido de Fúria. A camisa também é a preferida de parceiros comerciais para ações de relacionamento com clientes.
Manto tricolor - Na linha retrô, entre as campeãs brasileiras, a tricolor 1959 supera a branca 1988. A modelo branca de 1936, lançada durante fase ruim do time no início do Baiano, será retrabalhada. A tricolor de 1994, em referência ao bicampeonato do gol de Raudnei, tem previsão de chegar às lojas na próxima semana.
Ajudinha - Ypiranga e Galícia negociaram com a Sudesb o aluguel de Pituaçu durante a 2ª divisão do Baiano. Cada clube pagará R$ 3 mil/jogo. O valor é metade do mínimo pago pelo Bahia. O Bahia aluga por R$ 6 mil se a renda for inferior a R$ 100 mil. Caso superior, tem descontado 6% da bilheteria. Em jogo com casa cheia, o aluguel já superou R$ 45 mil.
Marcelo Sant´Ana é repórter especial do jornal Correio* e escreve quinta e domingo. Coluna publicada na edição impressa do dia 10 de março de 2011
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