icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
ESPORTES

Perto de terminar missão, Carlos Rátis faz balanço de intervenção

O advogado indicado pela Justiça já está à frente do clube a mais de um mês

foto autor

17/08/2013 às 11:13 • Atualizada em 02/09/2022 às 2:05 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News
Após pouco mais de um mês à frente do Bahia, o interventor Carlos Rátis, nomeado pela Justiça para fazer novas eleições no clube, está próximo de entrar para a história do futebol baiano. Hoje, a partir das 9h, na Fonte Nova, ele comanda a Assembleia Geral dos sócios que poderá confirmar as eleições diretas para presidente do clube. Ontem, o interventor conversou com a reportagem do CORREIO e fez um balanço da intervenção. Logo de cara, fez questão de frisar o que, segundo ele, motivou a proposta de alteração do estatuto, reformado pela última vez em 2008. “A nossa principal meta é fazer as eleições, pra isso fomos designados. Para que as eleições venham a ocorrer, foi constatada pela comissão de intervenção a necessidade de atualização do estatuto. Ficou nítido para a comissão que essa é uma aspiração da torcida”, afirma.
O interventor e advogado Carlos Rátis comanda hoje a Assembleia Geral do Bahia
De acordo com o advogado, vários grupos foram ouvidos e tudo está sendo feito dentro da legalidade, para não gerar futuros questionamentos. “Nós não inventamos os artigos e as suas propostas. Reunimos algumas ideias que estavam espalhadas por diversas pessoas: associados, grupos parceiros, pessoas especializadas”. A intenção de Carlos Rátis é fazer a eleição no dia 31. A situação financeira do Bahia, segundo ele, é preocupante, e Rátis não se considera a pessoa mais adequada para cuidar do clube. “Entendo que o trabalho da comissão deve acabar o mais rápido possível. Intervenção é um quadro de exceção, e o clube não pode viver de exceção. É algo extraordinário que teve que acontecer para resolver uma situação”. O eleito será um presidente-tampão, até o final de 2014, quando acabaria o mandato de Marcelo Guimarães Filho. ViciadaRátis enaltece o momento. Acredita que a democratização é o melhor caminho para o sucesso em campo. “Em 2011, as eleições foram viciadas. E como tinha um resultado indevido, o Judiciário deu uma solução, que foi nomear uma comissão para fazer as eleições. Isso é legal”. ENTREVISTA COM CARLOS RÁTIS EM TÓPICOS Diretoria de futebol“A relação com o departamento de futebol tem sido com bastante harmonia, principalmente com o Anderson Barros. Diariamente entramos em contato. Houve a contratação, por exemplo, do Barbio e ele veio nos comunicar. Sempre houve essa integração, nada sendo atropelado por ambas as partes. Também somos muito transparentes em relação ao quadro econômico. Não adianta fazer contratação que o clube não possa adimplir”. Eleição e chapas “Consideramos que dia 31 é a data ideal, que vem ganhando adesão. Se fosse dia 7 de setembro, ia ser feriado e muita gente acabaria prejudicando o feriado. Dia 14 de setembro é muito longe. E dia 24 deste mês é um atropelo. Os candidatos interessados já estão se manifestando. Agora temos que motivar os sócios a formarem as suas chapas. Mas isso a comissão não vai interferir em nada. Não vamos apoiar A, B, C ou D e nem vou exercer o direito de voto. A minha associação se deu para incentivar a política de sócios. A gente vai lançar na próxima semana o edital das eleições. O prazo para a inscrição das chapas, as regras”. Relação com a torcida Fico muito satisfeito. Estamos aqui também incentivando o exercício de valores acima de tudo. Todo o trabalho tem que ser pautado em princípios. A transparência por parte da comissão, o respeito à isonomia, sem favorecimento. Hoje (ontem), tive um exemplo bem interessante. Nós encontramos sócios chorando ao pegar a cédula de votação. E aí a gente vê a emoção do sócio falando: ‘Rapaz, eu vou participar do futuro do meu clube. Sou torcedor do Bahia há 30 anos. Isso é verdade? Eu vou poder votar’. É algo que nos surpreende, pois, quanto mais sócios participativos o clube tiver nesse momento, melhor para a instituição”. Situação financeira “A situação econômica do Bahia é bastante delicada. Os sócios devem levar isso em consideração para fins de eleição. Vão ter que buscar um candidato dedicado 24 horas. Uma empresa nessa situação só vai conseguir guardar dinheiro depois de um bom tempo. Além de ter que pagar R$ 150 mil todo mês de acordo trabalhista, não podemos deixar dinheiro nas contas do Bahia porque senão são bloqueados. Isso não existe, né? É algo sem lógica e não pode ser tolerado”. Ex-conselheiros “Inúmeros conselheiros não eram nem sócios. Nós temos declarações e vocês podem confirmar isso com os próprios conselheiros. Pessoas que foram admitidas em 2011 e não tinham a menor relação com o Esporte Clube Bahia. Não tenho o número exato, mas é bastante gente”. Visão sobre o futebol “Me transformei na relação de torcer por um time. Minha torcida pelo Atlético Mineiro sempre foi muito amena. Hoje torço com todo o vigor pelo Bahia. Sei que isso vai continuar, pois a gente acaba se transformando. O que vejo em relação ao futebol é que uma instituição que seja profissional, que tenha planejamento, tem como fazer um excelente trabalho”. Divisão de base “É um Bahia dentro de um Bahia, que precisaria ser muito mais valorizado. Por exemplo: é um absurdo não haver recolhimento do FGTS e INSS dos garotos. Ficamos à mercê a toda hora de uma liminar porque isso não foi observado. O valor é baixo. Por causa de R$ 60 que você não recolhe, perde um jogador que pode valer R$ 5 milhões no futuro. Fora o desrespeito dele não ter o direito trabalhista”. Polêmica dos sócios "A questão é: se o novo sócio deveria ser tratado de forma isonômica com quem já está na condição de sócio. Essa não é a polêmica? As decisões que a gente tomou estão pautadas em uma realidade fática. Qual foi a situação que a gente pegou? Uma apuração de sócios que já estava nessa condição, de 700 e pouco... Sendo que desses 700, inúmeros nos deixaram bem claro que não vão votar. E muitos nos ligaram falando que não pagavam as suas mensalidades, que não teriam vontade de se engajar politicamente no clube. A realidade não permite aplicar um estatuto. Vai fazer o quê? Ter uma comissão de intervenção eterna? Pra você ter eleição tem que ter o número mínimo de candidatos. Não pode lançar um processo eleitoral pra se ter chapa única. Isso não é democracia”. Matéria original: Jornal Correio* Perto de terminar sua missão, Carlos Rátis faz balanço de intervenção

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Tags:

Mais em Esportes