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Português cruza Atlântico sozinho com mensagens para time de CR7

Torcedor português completou o percurso em uma viagem 100% à vela, em um trajeto que durou 43 dias

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11/06/2014 às 9:10 • Atualizada em 31/08/2022 às 3:45 - há XX semanas
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Sem rádio, GPS ou celular via satélite, o português Pedro Álvares Cabral fez o trajeto Lisboa-Bahia em 44 dias. Isso há 514 anos. Na noite da última segunda-feira (9), o compatriota de Cabral, Ricardo Diniz, 37 anos, cumpriu quase o mesmo trajeto, praticamente no mesmo tempo, 43 dias.
“Olha, sofri, sofri muito. É uma viagem muito dura. Fico pensando como eles conseguiram sem os recursos de hoje. Pensava neles o tempo todo para ter forças”, diz Ricardo, que saiu de Portugal em 27 de abril, completando o percurso sozinho, numa viagem 100% à vela. “Velinha... Esse é o meu motor!”, disse, dando tapinhas na lona de 700 quilos.
O objetivo da Expedição Fly TAP, patrocinada pela empresa aérea portuguesa, é inspirar os jogadores da seleção que disputam a Copa do Mundo no Brasil, inclusive com um jogo em Salvador, no dia 16. O “navegador solitário”, como o próprio se autodenomina, trouxe a bordo uma grande garrafa com milhares de mensagens escritas em papel de cortiça.
A garrafa foi produzida na região de Marinha Grande, famosa pelos trabalhos com vidro. “As mensagens foram enroladas à mão. Nos próximos dias, vou entregar a nossa seleção”, afirmou Ricardo, que saiu de Lisboa, passou por Madeira, Cabo Verde, Ilha de São Vicente e atravessou o Atlântico até Salvador.
Mas o navegador solitário não viajou tão sozinho assim. Dentro da embarcação também estava Victória, sua gatinha adotada. Pelo visto, mais corajosa que o próprio comandante. “Se eu tive momentos de medo? Difícil é saber em qual momento não tive medo. É uma viagem difícil”, repetiu. “Já Victória adora tudo isso. Não gosta de calmaria”.
Victória ficou tranquila inclusive no momento mais difícil da expedição. Ao sair de Cabo Verde, a embarcação foi atingida por uma onda tão forte que Ricardo acabou perdendo seu barco salva-vidas. “E não tinha mais como retornar. Seria o fim da expedição. Deixei o barco para trás e segui viagem”. No Norte do Equador, na Zona de Convergência Intertropical, também penou. “Não tem vento ali. Os marinheiros de 500 anos atrás já reclamavam disso”.
Quando finalmente entrou na Baía de Todos os Santos, às 23h30 da segunda-feira, Ricardo disse ter ficado maravilhado. O contraste da Salvador velha e nova o encantou. “Foi uma linda entrada à noite. Pensei: ‘Estou em Nova York ou Lisboa’? Uma mistura de prédios do passado e do presente”, disse. “Tem pessoas que viajam e investigam sobre o destino. Não quero saber de nada. Quero me surpreender. Foi melhor do que imaginava. Fiquei impressionadíssimo”.
Protótipo - Com 20 metros de comprimento, a embarcação de Ricardo é um protótipo exclusivamente para a expedição. O navegador tentou realizar o feito três vezes, mas fracassou. “Tento desde 2001. Em 2003 até o mastro quebrei. Mas não disse isso para o patrocinador ”, brincou.
Ao descer do barco, Ricardo foi servido com uma caipirinha. Após 43 dias à base de sardinha e cavala em lata, feijão, lentilha e comida desidratada, foi o primeiro sabor que sentiu do Brasil. “Quarenta dias para experimentar a caipirinha. E posso dizer que valeu muito a pena”. Matéria original: Jornal Correio* Acompanhado de gatinha, português cruza o Atlântico com mensagens para time de Cristiano Ronaldo

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