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Apesar de muita gente ter reclamado dos bloqueios no trânsito da cidade em função dos jogos na Fonte Nova, quem precisou usar as linhas de ônibus shuttle (expressos), sábado, gostou da organização. Teve gente como a farmacêutica Aline Muniz, 33 anos, que até se surpreendeu com o que encontrou. “Não achei que ia chegar aqui e encontrar toda essa organização, especialmente levando em conta os problemas do trânsito de Salvador”, contou Aline, que veio de Vitória da Conquista, no Sudoeste do estado.No estacionamento do Iguatemi, onde a farmacêutica deixou o carro, três ônibus especiais saíam a cada 15 minutos. “Para não demorar, orientamos as pessoas a entrar no ônibus com os ingressos em mãos”, disse o agente da Transalvador Jorge Luís. Mesmo tendo que esperar na fila por cerca de 20 minutos depois de deixar o carro, a veterinária Clarissa Pires, 39, elogiou. “Pegamos a fila no outro quarteirão, mas está sendo rápido e organizado. O problema é ter que ficar esperando no calor”, disse, enquanto tentava se proteger do sol. Ela já tinha testado as linhas shuttle na quinta-feira, no jogo da Nigéria contra o Uruguai. “Também foi tranquilo, mas o retorno foi complicado. Na saída, era todo mundo de uma vez”. Ainda assim, ela diz ter demorado cerca de 15 minutos para conseguir embarcar no ônibus de volta.
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Disputado - Já no estacionamento do Centro Médico Iguatemi, venceu quem conseguiu chegar cedo. De acordo com a agente de trânsito da Transalvador Ana Maria Ferreira, todas as 154 vagas do local foram ocupadas antes das 13h - duas horas depois da abertura dos estacionamentos e três horas antes do começo da partida. “Por ser um estacionamento menor, imaginamos que isso aconteceria logo. Teve gente que apareceu aqui antes de abrir, às 10h da manhã. Daí ficaram no shopping, dando um tempo, até abrirmos”. O engenheiro Djalma Torres, 59, que chegou por volta das 13h30, foi um dos que não conseguiu estacionar por lá. “Já tinha passado pelo Iguatemi antes, mas achei a fila para pegar o ônibus muito grande. Acabamos vindo para cá e não deu”, contou ele, que acabou deixando o carro no Salvador Shopping. A saída também foi a mesma do representante comercial Roberto Perez, 70. “Deixamos o carro no shopping mesmo, porque acho que perderíamos tempo”. Ele também ficou surpreso com a rapidez - não teve que enfrentar fila para entrar no ônibus. “Não tem ar-condicionado, mas não precisa. É tão rápido e o pessoal topa tudo, né?”, brincou. Na Avenida Bonocô, onde as linhas de ônibus shuttle passavam por uma via especial, alguns motoristas reclamaram do congestionamento próximo à entrada da Avenida Ogunjá. Para não perder as corridas, o taxista Florisvaldo Jesus, 54, buscava linhas alternativas. “Como tem o bloqueio ali, muita gente acaba descendo. Mas eu estou deixando os clientes perto da Ladeira dos Galés. Assim, eles também andam menos”, disse.
Com protestos em outros locais, entorno fica tranquilo Mesmo com confrontos entre policiais e manifestantes acontecendo em alguns pontos da cidade, como na região do Iguatemi e nos Barris, os torcedores chegaram até o entorno da Arena Fonte Nova sem grandes dificuldades. Quem precisou passar por ali, não enfrentou nenhum tipo de problema com o policiamento. Mesmo para sair do estádio, quem usou as linhas shuttle em direção ao Iguatemi — onde a polícia usou spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo — conseguiu chegar até o estacionamento sem grandes dificuldades. “O ônibus em que eu estava chegou no Iguatemi por volta das 19h20, mas os manifestantes j[a estavam dispersos”, contou a veterinária Clarissa Pires, 39 anos.“As pessoas tinham quebrado tudo, mas tinha apenas um grupo pacífico lá manifestando. Tinha muito policial fazendo aquele cordão de isolamento, mas conseguimos passar”. De acordo com a veterinária, até para pegar o ônibus depois do jogo foi mais fácil sábado. “O pessoal mesmo foi fazendo a fila e isso ajudou”.