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Discípulo de Joel Santana, interino Ricardo Silva curte usar prancheta |
Sexta-feira Santa de trabalho na Toca. Enquanto os atletas aquecem, o novo-velho técnico Ricardo Silva conversa reservadamente com o auxiliar Flávio Tanajura. Coletes na mão, é hora de distribuir. Cena corriqueira para quem, desde 2009, assume pela nona vez o Vitória de forma interina. A primeira decisão é conservadora. Os titulares para o jogo deste domingo (8), 16h (TV Bahia), contra o Juazeiro, no Adauto Moraes, são os mesmos da despedida de Cerezo. Mas, após poucos minutos, da para ver que as mesmas peças agora têm distribuição diferente em campo. Com Cerezo, o time habitualmente tinha dois volantes presos, preocupados com a marcação. E, lá na frente, Marquinhos voltava para fechar o meio. No esquema de Ricardo Silva, Marquinhos atua apenas como atacante, bem encostado em Neto Baiano. E,no meio, as mudanças mais radicais. Uelliton é o único volante fixo, bem centralizado à frente da zaga. Pedro Ken, na esquerda, e Michel, na direita, têm liberdade para avançar. O objetivo é ter um time mais solto. Questionado, o técnico preferiu despistar. “Prova que você viu bem o treino, é mais ou menos isso. Mas, deixa quieto para não dar pistas ao adversário”, brincou Silva.
AtitudeFim da atividade e conversa reservada com os onze escolhidos. O papo? A postura que o Vitória precisa ter nesta reta decisiva de Campeonato Baiano e no mata-mata da Copa do Brasil. “O que precisa melhorar é a nossa atitude. Precisamos ser mais decisivos em alguns lances e cautelosos em outros. Como se diz na gíria do futebol: a gente precisa ser um pouco mais malandro. Falar dentro de campo, cobrar um do outro, orientar, porque só assim a gente pode conseguiruma vitória em Juazeiro”, comentou o interino. No clube desde 2009, Ricardo Silva conhece bem o Leão e, enquanto a diretoria trabalha por um substituto para Toninho Cerezo, vai, aos poucos, colocando sua cara o time. Apesar disso, diminuiu a importância desse papel na transição entre comissões técnicas.“Quem joga são eles; eles são os artistas. A gente procura dar um toque ali. Foi como falei pra eles: você pode ter uma gravura mais bonita que for, mas, se você não tiver uma moldura legal, não fica bom. Vamos fazer o simples e objetivo, o melhor possível”, disse, no estilo Joel Santana, de quem já foi auxiliar. O prazo de validade de Ricardo Silva, de acordo com o diretor de futebol, Raimundo Queiróz, é de três jogos. O quebra-galho Ricardo Silva não se importa e promete desempenhar o papel como se ficasse no cargo até o final da temporada. “Eu treino o Vitória sempre como se fosse meu último dia. Então, eu treino com alegria, satisfação e com prazer de estar trabalhando em uma grande equipe, que tem uma imensa torcida que cada dia cresce. Vou trabalhar com tranquilidade”, garantiu.