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Sem união e sem força - por Oscar Valporto

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01/03/2011 às 15:28 • Atualizada em 29/08/2022 às 14:12 - há XX semanas
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Ao ser criado em 1987, o Clube dos Treze tinha como objetivo imediato organizar o Campeonato Brasileiro já que a CBF anunciou, naquele ano, que não tinha recursos para organizar a competição. Foi uma oportunidade única para os grandes clubes do país: fazer um campeonato de acordo com seus próprios interesses.

Estava dando tudo certo - com uma das maiores médias de público da história do Brasileiro - quando a CBF reapareceu para mudar as regras da competição, incluir mais 16 clubes e provocar confusão. No fim, o Flamengo foi campeão da disputa organizada pelo Clube dos Treze e o Sport ganhou a taça da confusão inventada pela CBF.

Ao invés de aprender com a experiência, que mostrava a necessidade de união para garantir seus interesses, os grandes clubes brasileiros foram reduzindo a atividade da sua entidade independente à negociação das cotas de transmissão pela TV do Brasileiro.

O Clube dos Treze perdeu a oportunidade de ser o embrião de uma poderosa liga dos clubes, semelhante as que organizam os mais lucrativos campeonatos de futebol do mundo. Virou uma associação de dirigentes dos clubes - e, como mostra a história do futebol brasileiro, o interesse dos dirigentes nem sempre coincide com o interesse de seus clubes.

Enquanto o Clube dos Treze andava para trás, a CBF se modernizava. Estabeleceu um razoável padrão de organização para suas competições enquanto enriquecia com a exploração de sua galinha dos ovos de ouro, a Seleção Brasileira. Os interesses da CBF, entretanto, raramente coincidem com os dos clubes.

A preocupação principal de Ricardo Teixeira é cuidar do sucesso da Seleção e dos negócios que ela gera. A outra é manter o controle sobre as federações, donas dos votos que o mantém no cargo. Os grandes clubes, minoria nas federações, são um estorvo.

Mantido apenas como um canal de negócios, o Clube dos Treze tornou-se cada vez mais irrelevante. Na hora do conflito sobre a renovação dos direitos de transmissão do Brasileiro, a entidade implodiu. A CBF, sempre de olho nos seus interesses, ajudou. O Corínthians anunciou que vai negociar sozinho, outros vão seguir o mesmo caminho, os cariocas dizem que farão um bloco para a negociação.

É impossível prever o que vai acontecer. Mas é fácil constatar que a confusão está sendo provocada pela forma amadora com que os grandes clubes brasileiros são administrados - seus dirigentes sequer aprenderam a velha máxima de que a união faz a força.

Profissional -
Surpreendente não foi a maestria na cobrança da falta. Já vimos Ronaldinho Gaúcho protagonizar a mesma cena muitas vezes. Surpreendente foi um colega de time dizer que ele fica aprimorando a pontaria após o treino. O sol, o mar e o funk podem ter pesado na opção pelo Flamengo, mas os rivais devem ficar atentos porque o craque não está no Rio a passeio.

*Oscar Valporto é editor executivo e escreve às terças-feiras no
Correio* - coluna publicada na versão impressa do Jornal do dia 1º de março de 2011

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