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De 2003 pra cá, Nevaldo participou de 51 provas de corrida |
Nevaldo Guedes está prestes a encarar um desafio pessoal. No dia 22 de julho, ele vai correr os 21 quilômetros da Meia Maratona da Bahia.“Tô muito ansioso e nervoso. Vai ser especial, pois é minha primeira meia maratona”, vibra. Mais do que uma recordação, a medalha de participação que quer colocar no peito simboliza a superação de um drama.
Para inscrições, entrega de kit do corredor e outras informações, visite o site da Meia Maratona Caixa da Bahia Em outubro de 2008, Nevaldo sofreu um acidente de moto na Pituba e teve os movimentos da perna esquerda comprometidos. “Eu estava atento, mas dois veículos se envolveram em um acidente e um deles me atingiu. Fui lançado pra fora da pista”, conta o funcionário público, 48 anos. As consequências? Quatro costelas e o omoplata esquerdo fraturados, escoriações por todo o corpo e um grande inchaço na perna esquerda. Entre idas e vindas, 52 dias no hospital. A perna continuava inchada e os médicos não conseguiam identificar o motivo. “Fiquei desesperado, com medo de ter que amputar a perna, até descobrirem que eu tinha contraído uma bactéria rara, encontrada nas fezes, no hospital ou no chão na hora da queda”, conta. Após sete meses de fisioterapia, quatro deles usando muleta, conseguiu voltar a correr.
Onda de Gatinho - Nevaldo treina sozinho, três vezes por semana, quando deixa a esposa Regina na faculdade. Vai ao médico regularmente e está sempre atento aos sinais do corpo. “Não entro em clube de corrida porque teria que ter disciplina com os horários de treino, mas eu sempre me informo com revistas especializadas. Além disso, me preocupo com minha saúde e estou sempre obedecendo os limites do meu corpo”, pondera. Ele começou a correr em 2003, com o objetivo de perder peso. “Tava com 96kg e não me aguentava olhar no espelho. Já não sou bonito, ainda gordo...”, diverte-se. Hoje, orgulha-se dos seus 82kg. “Minha filha diz que eu tiro onda de gatinho”, curte. Morador da Caixa D’Água, passou a caminhar no Dique do Tororó. Evoluiu da caminhada para a corrida e após alguns meses começou a participar de competições. “Vi a silhueta melhorar e fui me empolgando”, relata. Se empolgou mesmo. De 2003 pra cá, Nevaldo participou de 51 provas de corrida de rua, 45 delas após o acidente. Dia 22, ele garante que vai colocar uma medalha inédita na coleção. “Sei que vou completar, mas tem aquele frio na barriga, né? Vai ser especial”, diz. Faltam só três semanas.