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Time dos sonhos BaVi: Detinho, o goleiro eleito do Vitória

Seu 1,72m tornava um absurdo seus levantamentos de vôo. Ele pulava encolhido, como o salto de um gato esperto.

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26/01/2011 às 7:42 • Atualizada em 27/08/2022 às 0:01 - há XX semanas
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Arquivo/CorreioO Vitória teve tantos super-goleiros campeões, mas coube a um camisa número 1 sem-título a condição de titular eterno: Detinho. Outra curiosidade: tanto goleiro altão e foi um baixinho para a posição que convenceu a maioria do colégio eleitoral do CORREIO.

Seu 1,72m tornava um absurdo seus levantamentos de vôo. Ele pulava encolhido, como o salto de um gato esperto. Quem o viu jogar, tenta resumir em uma palavra: cinema. “Sou baixinho, mas treino muito”, respondia, quase irritado, quando provocavam seu aparente ponto fraco.



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Diodete Pereira Coelho, baiano de Jequié, no Sudoeste, era o que se pode chamar de “gato ao contrário”. O mais comum neste tipo de fraude é reduzir a idade para jogar com o pessoal mais novo. Detinho não. Ele aumentou a idade para entrar logo no time principal do Comercial, da vizinha Vitória da Conquista. O goleirão precoce, nascido em 1946, ajeitou uma certidão de nascimento de 12 de junho de 1941.

Assim, na verdade juvenil, estreou como profissional mais cedo e terminou pegando uma experiência que o fez diferenciado. Em 1962, foi contratado pelo Ypiranga. Depois, chegou ao Vitória e comeu banco dos ídolos Wilson Góes e Ouri até ganhar a posição. Tornou-se tão ídolo que gerou a maior confusão no aeroporto de Salvador, quando o Santa Cruz pagou 100 mil cruzeiros, a moeda da época, por seu passe, em 1970. Torcedores revoltados tentaram evitar o embarque e o presidente do Vitória, Albino de Castro, quase apanha.

Já estabelecido no Recife, espatifou um Corcel 73 novinho, daqueles que Raul Seixas cantava em Ouro de Tolo, sucesso das paradas musicais daquele ano. Detinho devia estar contente pois ganhou outro Corcel 73 do presidente James Thorp. Era o dito goleiro respeitado e ganhava quatro mil cruzeiros por mês, depois de conquistar o tricampeonato pernambucano. Detinho pegava com os dedos enrolados em esparadrapo porque não curtia luva. Mas podiam mandar a bomba que fosse, ele ia lá e catava.

O principal eleitor é o médico Rodrigo Vasco da Gama. “Detinho empolgava. Goleiro baixo que fazia miséria”. Mas, doutor Rodrigo, Dida foi pentacampeão mundial pela Seleção na Copa de 2002! Brilhou no Cruzeiro, Corinthians, ganhou títulos no Milan, da Itália... “Dida não está aí por uma homenagem a Detinho. Foi um goleiraço, por isso Detinho merece”, defende.

O ídolo morreu dia 12 de setembro de 2001, mas seus saltos ainda estão bem vivos na lembrança dos torcedores que curtiram seus vôos. Graças a estes lances de cinema, São Detinho, o Milagroso, mesmo sem ter ganho sequer um título no Vitória, foi capaz de derrotar o pentacampeão do mundo Dida na disputa da camisa número 1 eterna do Leão.



*Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio do dia 25 de janeiro de 2011

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