icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
ESPORTES

Time dos sonhos BaVi: senhor Rebouças tratava a bola com carinho na zaga

Amai a camisa de teu clube sobre todas as coisas. Esta é a lição que ele deixou para a Nação Tricolor

foto autor

27/01/2011 às 9:06 • Atualizada em 27/08/2022 às 5:39 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News

Foto: Arquivo CorreioPoucos jogadores souberam dosar com tanta sabedoria o vigor e a técnica. O melhor zagueiro da história do Bahia tanto sabia bater como afagar. Arrepiava nos atacantes e, na sequência, saía jogando, peito estufado e erguido, procurando o companheiro melhor colocado, o passe na medida.

O ídolo tricolor nasceu para o futebol no Vitória, seu clube de infância. Aos 17 anos, começou no time de aspirantes. Como o nome sugere, era formado por jogadores que tentavam uma vaga no time principal. Em 1966, foi pro Palmeiras, mas brigou com o treinador Fleitas Solich e terminou emprestado ao Botafogo de Ribeirão Preto e à Ponte Preta.

De volta ao futebol baiano, envolveu-se numa raríssima transação entre Bahia e Vitória. Mais raro ainda foi a troca de um zagueiro por um artilheiro. Mas aconteceu: Roberto foi pro Bahia e Didico veio jogar no Vitória. Honesto, odiava mentira. "Ou é ou não é", simplificava. Daí, nunca ter negado que gostava de tomar umas e bater seus babas no campeonato interno da Associação Atlética, na Barra, mesmo depois de tornar-se profissional de futebol.

Time dos sonhos BaVi: na defesa do Vitória, Romenil limpa a área

"Tenho muita saúde, embora não deixe de tomar meus pileques", admitia, quando tirava uma folga da bola pra curtir sua casa de praia em Mar Grande, na Ilha de Itaparica, no Recôncavo. Lá, não faltava batida de limão ou coco pra servir os amigos.

Respeito - Foi vereador de Salvador e formou-se em direito, depois de trancar economia e educação física. Homem firme, não corria do pau quando provocado. Ficou famoso o soco que deu na cara do ponta Paraná, do São Paulo, depois de uma dividida que considerou maldosa. Com este perfil de briga, quebrou a perna quatro vezes. E mesmo assim jogou até os 39 anos.

Entre os jogos inesquecíveis, Roberto levou o Bahia à vitória contra o Bofatogo, pela penúltima rodada do Campeonato de 1971. O Botafogo vencia por 2x1, aos 35 do 2º tempo, quando o zagueiro resolveu jogar de atacante e levou o Bahia à virada, dando um passe e sofrendo um pênalti: 3x2.

O time inteiro do Vitória assistia à partida da boca do túnel, pois jogaria a partida principal contra o Jequié. Os rubro-negros ficaram espantados com a atuação de Roberto. Não se sabe quanto o resultado abateu o moral do Leão, que ficou no 0x0 diante do Jequié. O Bahia terminou com um ponto a mais e a vantagem do empate o favoreceu na final, pois jogou mais tranquilo diante de um nervoso Vitória. O Bahia deu 1x0 e foi bicampeão baiano.

Roberto ganhou dos colegas um raro jogo de despedida. Morreu em 1994, mas sua imagem de zagueirão forte permanece muito viva, como referência de dedicação e respeito à camisa do Bahia.

Arte Correio

*Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio do dia 27 de janeiro de 2011

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Tags:

Mais em Esportes