“Essa Copa é diferenciada, porque a Seleção está treinando aqui para jogar no Brasil. Nas outras, o treino era até aberto para o pessoal. Ficavam lá no alambrado”, aponta Jorginho, supervisor de segurança do condomínio, indicando lugar a mais cerca de 300 metros de distância. “O mundo todo está com as lentes voltadas para o Brasil. Se acontece algo errado, imagina nossa imagem... Nas outras, não ficava tumulto”, compara.
Com 20 carros e efetivo de 60 homens, a Polícia Militar estima que 350 pessoas tomaram as calçadas e a Avenida Hercilio Ferreira dos Santos, o único acesso ao local. Famílias e crianças, em absoluta maioria, acabaram confinadas diante do Clube Comary, espaço cujo título de sócio está em promoção por R$ 3 mil.
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“Libera, Felipão” foi o coro preferido dos torcedores, animados para gritar o clássico das arquibancadas: “Sou brasileiro com muito orgulho...”. Embora tenha chegado com cerca de 1h30 de atraso, o ônibus oficial da Fifa, usado pela Seleção pela primeira vez, foi muito aplaudido. A frase escrita no veículo verde e amarelo é: “Preparem-se, o hexa está chegando!”.
Ônibus da Seleção Brasileira foi recepcionado pela torcida do lado de fora da Granja |
No que depender da recepção calorosa, chegará mesmo! Veio torcedor de cidade vizinha e até de outros estados, como Minas Gerais e Pará. A advogada Mariele Cassano acordou às 7h. De Niterói, cidade a 85km, seguiu com o marido e o filho Bernardo. “A gente conseguiu ver o da Holanda, ontem, na Gávea. Aqui tem esse calor humano”, diferencia. Como álbum oficial da Copa, Bernardo, 7 anos, era pura expectativa. “É a minha primeira. Gosto do Bernard. Tem o nome parecido com o meu, é baixinho que ne meu e é o mais jovem”.
O funcionário público Flavio Caetano da Silva saiu de Bom Jesus, a 250km de Teresópolis, logo ao amanhecer acompanhado pelo empresário Robson Fernandes. “Ingresso da Copa foi só para estrangeiro. Esse negócio é meio sinistro. A gente quer ver o povo treinar. Já vale”.
Apesar da festa e da energia, não houve contrapartida da CBF, que cita proibição da Fifa para não abrir os treinamentos. A medida desagradou até quem tem amigos no condomínio e por isso tem autorização para passar da primeira de duas barreiras policiais e ficar a cerca de 100m dos atletas.
“Você vê que o calor humano faz tudo para estar com a Seleção, mas fecham as portas ao invés de aproximar”, critica o atleta de jiu jitsu Gustavo Gussem. Ontem, quando o treino estava no final e já escurecia, o garoto Bernardo, de 8 anos,invadiu o campo e,abraçado por Neymar e Marcelo, conheceu os jogadores. Foi o drible e o jeitinho brasileiro. Mas há modo melhor: libera, Felipão...
Matéria original: Correio*
Torcedores vão à Granja para ver a Seleção, mas não conseguem entrar
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