O primeiro gol do Flamengo no Carioca 2011 foi marcado na última quarta-feira. Quem fez? Um baiano de 20 anos, estreante e ainda pouco conhecido entre os cariocas. O início do lance é esse aí na foto. Vander passou pela marcação e chutou cruzado. No gol? “Não. Fui cruzar. Queria colocar pro Deivid”, confessa.
O zagueiro Padovani, ex-Bahia como ele, tentou cortar e mandou pra rede. Desvio que o árbitro Pathrice Maia colocou na conta do garoto. “Esse momento vai ficar na minha memória pra sempre”, conta Vander. Sorrisão, braços abertos e lá foi ele comemorar com Renato e Léo Moura. “Os caras estão me dando muita força. O pessoal aqui émuito próximo, todo mundo se dá bem”.
No grupo, encontrou os baianos Felipe e Marquinhos, ambos revelados pelo Vitória. Mas agora a rivalidade só rola fora dos gramados. “Vimos o BaVi da Copinha juntos. Comemorei antes da hora e quando o Vitória fez o gol... Mas depois deu tudo certo”.
Entrosado e cheio de moral. Titular, gol e vitória na estreia. Também foi assim no amistoso contra o América-MG. “Fiquei feliz e surpreso. Não esperava ser titular tão rápido. Há um ano fiquei no banco do juniores do Bahia. De uma hora pra outra, estourei”. Tá bem na fita inclusive com o técnico Vanderlei Luxembrugo. “Ele é um cara de coração bom. É amigo fora de campo, mas dentro, é sério, brigão, da esporro, porque ele quer o melhor pro time”. Luxa conversou com ele e mudou a posição. “No Bahia, eu jogava mais como meia. Aqui, tô como segundo atacante”.
Ronaldinho - Vander apareceu na telinha e nas fotos com a camisa 20. É dele. “Foi o Flamengo que escolheu. Eu gostei. Quem sabe pode se tornar uma marca minha”, deseja. Mas, 20 por que vai jogar duas vezes mais que Ronaldinho, dono da 10? “Deus queira que eu jogue como ele”, diverte- se com a brincadeira. Vander sabe que, com a chegada do craque, aumenta a disputa por uma vaga no time. Masa oportunidade de aprender com o ídolo compensa. “No começo, eu nem acreditava. Mas ele é humilde, brincalhão, fica na resenha. Quem sabe quando ele entrar eu possa estar do lado?”.
Driblar a saudade da família tem sido mais difícil que passar pelos zagueiros. A mãe Lita e o sobrinho Breno, 9 anos, vão se mudar pro Rio assim que ele alugar apartamento. A primeira folga vai ser durante o Carnaval. Chance de conhecer as escolas de samba? Que nada. Fã da nossa folia, ele quer é curtir o pagodão em cima do trio do Parangolé ou Psirico. Alguém se habilita?
Ping-pong
Titular do Flamengo. A ficha já caiu?
Caiu sim. Desde os 11 anos, quando eu comecei a jogar bola, sonho com isso. Agora que eu consegui, não tenho que esperar ficha cair, não.
Qual a diferença entre jogar no Bahia e no Flamengo?
A diferença é que, apesar da torcida do Bahia ser maravilhosa, o Flamengo, aonde vai, leva a massa. Em Londrina, na pré-temporada, todos os dias, antes e após o treino, tinham 500 pessoas na porta do hotel. Precisava de segurança, cordão da polícia. É questão de número. O Flamengo é no Brasil todo.
E em relação à estrutura?
O Flamengo é um pouco melhor em relação a dar mais de conforto ao jogador, a concentração é top de linha e o que você precisar de material esportivo eles dão.
Quer voltar para o Bahia?
Eu gosto muito do Bahia, é o clube que eu amo, meu clube do coração, mas quero fazer minha parte aqui. A visibilidade pra clubes do exterior é bem maior no Flamengo. Então, tô trabalhando pra ir crescendo, pra aparecer uma proposta boa. Vontade de jogar aí no Bahia eu tenho, mas a valorização aqui é maior.
Você mantém contato com alguém do Bahia?
Sempre tô na internet pra saber do Bahia. Apesar de estar no Flamengo, sou muito ligada ao Bahia. Falei com o Maranhão e também com o Bebeto, que eu era mais ligado.
*Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio do dia 21 de janeiro de 2011
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