Apenas para restabelecer a realidade das coisas: Vander não é Ronaldinho, só vai jogar com ele. E a euforia com as primeiras atuações do agora camisa 20 rubro-negro mascara uma questão: se
serve tão bemao Flamengo de Gaúcho, Thiago Neves e Luxemburgo, por que não ao Bahia?
Vander perdeu espaço no time da Série B, principalmente depois da chegada de Márcio Araújo e da mudança no sistema de jogo. O técnico não apostou nele um pouco mais adiantado, como jogou nos primeiros 180 minutos pelo Flamengo. Optou por Michael Jackson e foi feliz. Triste ficou Vander, sem espaço no ataque ou no meio-campo, onde passou a brigar pela vaga de Morais.
Banco, às vezes nem lá, faltou peso para disputar lugar na Série A 2011 pelo tricolor. Aliado a isso, o Bahia decidiu bancar a garotada dos outros. Zezinho, Bruno Paulo, Dodô, Boquita... Melhor negociar um estágio no Flamengo de Luxemburgo, destino ainda mais interessante depois do acerto com Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves.
Menosprezo ou visão de mercado? Daqui a um ano, com a chancela Flamengo, o garoto será marca muito mais valiosa. E se repetir os primeiros dois jogos vestindo vermelho e preto, vai valer muito mais que o milhão de dólares pedido por 50% dos seus direitos econômicos.
Paulo Angioni sabe disso. Talvez só não acreditasse que Vander pudesse chegar à Gávea, esquecer o peso da maior torcida do Brasil e jogar leve, como se a camisa 20 que lhe deram tivesse mesmo a força de dois Ronaldinhos. O problema é que torcedor não costuma esperar. América-MG de Série A com time de Série B e Volta Redonda estão longe de ser referência de adversário. Além disso, existe a questão tática.
Em teoria, Vander, Renato, Bottinelli e até Marquinhos disputam uma única vaga. Daqui a uns 15 dias, time completo à disposição, é provável que Luxemburgo monte os 11 com Felipe, Leonardo Moura, Wellinton, David Braz e Egídio; Maldonado, Williams, ????? e Ronaldinho; Thiago Neves e Deivid. Uma saída honrosa para colocar Vander na equipe semtirar Renato do time é empurrar o camisa 11 pra
lateral, no lugar de Egídio. Pode funcionar.
COPINHA - Entre os quatro melhores do país, o Bahia tem mesmo que pensar no título inédito.Umpasso de cada vez, a começar pelo América-MG, amanhã. Revanche da primeira fase, pedida por Mota aqui mesmo, no CORREIO. E lá em São Carlos, é passar adiante para pegar Flamengo ou Desportivo Brasil, no Pacaembu.
O gol de Rafael, ontem, foi de quementende. Inteligência, velocidade, força e precisão no chute. O giro do corpo deslocou o goleiro. Indefensável aos 47 minutos. E assim que voltar de São Paulo, o garoto será integrado ao elenco profissional. Rogério Lourenço, técnico com carreira nas divisões de base de Flamengo e Seleção Brasileira, está ligado na garotada. Só não teve tempo de ver Vander. Esse agora só pode brilhar pelo time da Gávea.
*Eduardo Rocha é editor de Esporte e escreve às sextas-feiras. Coluna publicada na versão impressa do Correio* do dia 21 de janeiro de 2011
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