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Fervo das cores

Mães de LGBTQIAP+ reforçam a importância do acolhimento

Psicóloga destaca o impacto que a falta de apoio pode causar na saúde mental das pessoas

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Elson Barbosa

14/05/2023 às 9:00 • Atualizada em 14/05/2023 às 9:49 - há XX semanas
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					Mães de LGBTQIAP+ reforçam a importância do acolhimento
Arquivo Pessoal e Canva

A palavra ‘mãe’, para além do que diz os dicionários, pode ter muitos significados. Parceria, companheirismo, amor, respeito. Além disso, para a comunidade LGBTQIAPN+, ela também pode simbolizar acolhimento.

Enfrentando medos e preocupações, lutando contra preconceitos e até mesmo tradições, muitas mães seguem à risca o conceito da maternidade que é “cuidar”. Elas talvez nem imaginem, mas essa atitude é capaz de impactar positivamente diversas áreas da vida de um (a) filho (a).

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Em entrevista ao Fervo das Cores, do portal iBahia, a psicóloga Yasmin Figueiredo destacou como o apoio familiar de uma pessoa LGBTQIAP+ pode ser a base para a resolução de diversas questões psicológicas.

Quando falamos do apoio, não falamos apenas como uma forma de dar suporte físico e emocional, mas também de prevenir problemas graves. Vemos muitas pessoas na clínica que chegam com ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e outros sofrimentos psicológicos causados por abusos e violências intrafamiliares. Além disso, a maioria chega com problemas de autoestima, autoconfiança, amor próprio... Tudo fica mais prejudicado quando você tem uma ideia de que se as pessoas que são bases da sua vida não te respeitam, não te amam, não compreendem a sua orientação sexual ou identidade de gênero, quem poderá fazer?!”, disse.


				
					Mães de LGBTQIAP+ reforçam a importância do acolhimento
Divulgação

Figueiredo ainda destacou: “Quando falamos da rejeição, ela pode, de fato, causar problemas psicológicos graves. Não somente para as pessoas da comunidade LGBTQIAP+, como também para as famílias. Então, o apoio é de suma importância. Não basta você, simplesmente, dizer que "aceita", é preciso apoiar, ouvir, escutar, buscar entender o que a pessoa está vivendo, estar junto”.

Em uma relação entre mãe e filho, esse apoio e cuidado são capazes de ultrapassar qualquer barreira. A seguir, você vai ler declarações de mães que são a expressão viva do que é amor. Elas contam detalhes emocionantes da parceria que tem com os (as) filhos (as) da comunidade LGBTQIAP+.

“Não tenho vergonha de dizer que sou mãe de gay”, Cris Costa, mãe de Saulo Costa


				
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Foto: Arquivo Pessoal

Desde pequeno eu já sabia que meu filho era gay e foi no dia do amigo, há 13 anos, que ele me contou, "mãe, sou gay". No início foi difícil aceitar. Hoje, depois de ler sobre, assistir depoimentos de outras mães e conversar com algumas pessoas e com ele, foi que eu aprendi, compreendi, respeito e aceito. Porque antes da sua sexualidade vem a conduta moral, o caráter e a ética profissional. E tudo isso eu ensinei a ele. Hoje é ele quem me ensina as coisas da vida. Se for definir a nossa relação em uma palavra eu diria ‘hilária’, porque a gente está sempre sorrindo, brincando, debochando, compactuando as ideias doidas um do outro."

"Além de filho, ele é meu amigo. Eu sinto que a felicidade se faz presente em nossas vidas. Amo meu filho como ele é, e não tenho mais vergonha de dizer que meu filho é gay e que eu sou mãe de gay”.

“Minha relação com minha filha é a mais linda que vocês possam imaginar”, Darlene Campos Neves, mãe de Mila Neves


				
					Mães de LGBTQIAP+ reforçam a importância do acolhimento
Foto: Arquivo Pessoal

“A minha experiência em ter uma filha LGBTQI+ sempre foi baseada entre respeito e aceitação. É de responsabilidade de nós, pais, educarmos os nossos filhos a serem íntegros, éticos e responsáveis. A minha relação com a minha filha é a mais linda que vocês possam imaginar. Somos grandes e verdadeiras amigas. Digo sempre a ela: ‘Se em outras vidas Deus permitir que eu escolha um filho, eu escolherei você da mesma maneira que você é’"

"Minha filha é o meu grande orgulho. Deixo um recado para vocês pais: ‘Amem os seus. A homossexualidade não é uma escolha e sim uma orientação’”.

“Espero que as pessoas a respeitem como ela é” – por questões pessoais, mãe e filha preferiram não se identificar mas deixaram registrado o amor entre as duas


				
					Mães de LGBTQIAP+ reforçam a importância do acolhimento
Imagem Ilustrativa. Foto: Canva

Ser mãe sempre foi um sonho. Ter alguém para me dedicar e dar o amor que sempre tive em meu coração. Cuidar, criar, educar e aceitar essas pessoinhas que Deus me deu como filhos. Quando a minha filha falou sobre sua orientação sexual, tomei um susto e me veio a pergunta: "onde foi que eu errei?". Em nada, absolutamente nada. Minha filha é a pessoa doce, responsável, honesta e principalmente, amorosa, como eu sempre quis que meus filhos fossem. Senti e ainda sinto medo do mundo lá fora para minha filha, mas eu espero que as pessoas a respeitem como ela é".

"Minha filha não é diferente de ninguém, é uma benção na minha vida, como os outros também são”.

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