|
---|
Marcos Costa é natural de Cachoeira e vende livros em Salvador |
Ao se aproximar do Claustro do Complexo do Carmo, na cidade Cachoeira, situada no Recôncavo baiano, onde as mesas e debates da Flica se concentram, uma pessoa chama atenção. De óculos escuros e cabelo estilo black power, Marcos Costa vende os livros que trouxe de Salvador na porta da Festa Literária Internacional de Cachoeira. Não exatamente na porta, mas nos bancos de praça que dão boas vindas aos passantes.
"As pessoas acharam romântico isso de colocar os livros no banco", conta Marcos |
"As pessoas acharam romântico isso de colocar os livros no banco. Que coisa né? Uma ideia tão simples!", diz surpreso. Marcos é sociólogo e trabalha como professor do Estado em Salvador. "Meu lance é vender livro como um hobby", explica.
|
---|
Banca improvisada em frente ao Convento do Carmo |
Marcos é natural de Cachoeira, mas viveu boa parte dos anos na capital baiana "Minha família mora aqui, tenho casa, comida e muitos amigos. Não passo sufoco se eu venho para cá", conta. Em seguida, a entrevista é brevemente interrompida por uma amiga de Marcos, que confirma o que ele acabara de dizer: "Mainha tá te esperando lá em casa. Pode ir, tomar um banho, come alguma coisa. Vai lá!", convoca Patrícia Porto.
"Dos livros mais vendidos, Saramago e Rubem Fonseca são os mais queridos" |
Desde quinta-feira (18), Marcos vende livros de literatura e ciências humanas nesse ponto que ficou a cara dele. E onde conseguiu esses livros? Ele esclarece: "Esses livros são investimentos de eventos que participei. Só na última Bienal em Salvador, gastei três mil reais em livros para revender". Todos as obras são novas e o vendedor garante: "tudo em conta!".
|
---|
A 'lojinha' de Marcos fica exposta das 9h às 21h, durante a Flica |
Por estar focado na venda dos livros, Marcos não teve oportunidade de assistir a nenhuma mesa. "Fico de 9h às 21h só aqui, sem proteção solar", emenda rindo.
"Os três (livros) que trouxe de Jorge Amado (Tieta, Mar Morto e Capitães da Areia) não duraram mais que um dia" |
Dos livros mais vendidos, ele conta que Saramago e Rubem Fonseca são os mais queridos. E os três que trouxe de Jorge Amado ('Tieta', 'Mar Morto' e 'Capitães da Areia') não duraram mais que um dia. "Modéstia a parte, eu acho que saco muito de livro", conta. "Já trabalhei em livraria, tenho intimidade com livro. Meu estoque de livros em casa é fabuloso", completa.