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LITERATURA

Quem é a rainha desse axé? Mãe Stella recebe homenagem da Flica

A iyalorixá conversou com cerca de 600 pessoas em um bate-papo conduzido pelo professor e pesquisador Jaime Sodré

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01/11/2014 às 20:15 • Atualizada em 01/09/2022 às 20:27 - há XX semanas
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A Iyalorixá Stella de Oxóssi recebeu, com pompa, uma homenagem da 4ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira, Flica, na tarde deste sábado (1). Foi com o claustro da Ordem Terceira do Carmo lotado que a matriarca foi recebida. Cerca de 600 pessoas assistiram ao bate-papo da mãe de santo com o professor Jaime Sodré.
A mãe de santo contou para os quase 600 espectadores como se inspira e coisas sobre religiosidade e fé (Foto: Egi Santana)
Com 89 anos, Mãe Stella é a primeira autora homenageada da Festa, que pretende manter essa prática como tradição. Com a homenagem, o evento também deu destaque para a literatura afro-brasileira. “Essa Flica entra para a história como a edição que abriu espaço para os afrodescendentes e ao povo de santo” afirma Sodré. Emocionada, Mãe Stella dividiu com os presentes a alegria de ter sido escolhida para a homenagem. “Eu nunca na vida sonhei que num dia de hoje estaria aqui com vocês”, contou.Durante a mesa, ela expôs com serenidade suas convicções religiosas, crenças e percepções sobre sua vida e seu papel de escritora. Com sete livros publicados, ela revelou que o segredo para escrever um bom livro. “Inspiração”, disse, e completou: “até mesmo quem não sabe escrever pode ficar deitado contando uma história enquanto outra pessoa escreve”.
A matriarca contou também sobre suas ideias acerca de educação e formação das crianças. O terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, onde ocupa a posição de iyalorixá, mantém uma a Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos. Para ela, garantir às crianças acesso à leitura e educação é essência. “Porque é de criança que se aprende”, afirmou. Para quem quer escrever, mas não tem coragem de colocar as primeiras palavras no papel, Mãe Stella deu uma dica. “Escreva. Publique, tenha coragem de publicar”.Para Sodré, a homenagem é um passo importante e representa um novo momento na história do reconhecimento do povo negro e de santo. “Eu chamo esse momento de dar voz e vez a um segmento que não tinha esse direito. Trata-se de uma yialorixá de um terreiro de candomblé, que ainda sofre agressão [nos nossos dias]”, declarou. E completou: “esse novo momento vai repercutir nas nossas crianças, de ver que nós chegaremos lá”.*Com supervisão e orientação de Márcia Luz

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