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MODA E BELEZA

Jovens brincam com as definições dos gêneros

Encontramos com jovens que não possuem nenhuma restrição em assumir em sua aparências, comportamentos e até no modo de vestir a mistura do que tradicionalmente poderíamos afirmar ser só de mulheres ou de homens

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09/02/2014 às 11:04 • Atualizada em 26/08/2022 às 23:19 - há XX semanas
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Seres redondos, fortes, com quatro braços, pernas e uma cabeça com duas faces. Possuindo os dois sexos, masculino e feminino, ousaram subir ao Olimpo, morada sagrada dos deuses. Furioso, Zeus lançou sobre eles raios e imediatamente foram divididos em dois. Ainda foram condenados a procurar eternamente por sua outra metade. Esses seres eram chamados de andróginos e foram definidos em um texto com mais de 2 mil anos, escrito na Grécia antiga pelo filósofo Platão,em seu célebre diálogo O Banquete. Desse texto ficaram apenas o termo e a ideia da reunião das características masculinas e femininas em um único indivíduo. Encontramos com jovens que não possuem nenhuma restrição em assumir em sua aparências, comportamentos e até no modo de vestir a mistura do que tradicionalmente poderíamos afirmar ser só de mulheres ou de homens. De certa forma, eles revelam como as novas gerações encaram a sexualidade e o desejo pela liberdade de serem quem são. Em busca de si

Ser confundida com um menino é algo recorrente
para Karol Azevedo (Foto: Angeluci Figueiredo)

A editora de vídeos e estudante de artes pernambucana Karol Azevedo, 21 anos, hoje faz graça com as lembranças do tempo da escola. Desde pequena, ela convive com a confusão que sua aparência causa. Foram tantas situações em que foi confundida com um menino que decidiu fazer um filme, que se chamará FE-MENINO. O processo de pesquisa também se tornou uma forma de Karol se entender. Na época do colégio, aconteceu dela entrar no banheiro e as meninas gritarem achando que era um rapaz. Meninos gays também paqueraram ela. Aos 13 anos, uma colega de escola se apaixonou por Karol e os amigos, de brincandeira, disseram que seu nome era Bruno. A garota ficou com o coração partido depois da revelação. Em outras situações semelhantes, Karol ficou irritada, mas “hoje não tenho nenhum problema com isso”, afirma. Mais recentemente, em uma viagem de Amsterdã para Bruxelas, o atendente colocou Mr. Azevedo (abreviatura de senhor em inglês) na passagem. Assumidamente lésbica, Karol é categórica: “Não gosto de rótulos, me visto do jeito que acho mais confortável. Rotular as pessoas tira a liberdade delas serem quem são”. Por conta das vivências, a futura cineasta se vê muito além dos padrões. Criar é o que a move. Um homem feminino

Ícaro Vieira vê a androginia pelo seu
lado do exagero, da mistura dos
gêneros (Foto: Angeluci Figueiredo)

Ícaro Vieira, 24 anos, já até desfilou vestindo um tubinho, mas ele não tem desejo nenhum de ser mulher. O interesse dele é nessa peculiar mistura do masculino com o feminino. “Meu corpo é masculino. Tenho mão grande, ombros largos, a ideia é misturar os elementos femininos e criar essa indefinição, se aquela pessoa é um homem ou mulher”, afirma o estudante de moda, conhecido como Kim Heather. Ele estudou dança, morou nos Estados Unidos e em Cuba e se dedica à criação de figurinos para balé. Aos 16 anos, conheceu o grupo dos andróginos. “Comecei a sair e ver as tribos e me identifiquei mais com os andróginos. Eu já tinha esses traços, fui dando um jeitinho com maquiagem, cabelo e peças femininas”. Kim lida bem com o que é: “O que é feminino e masculino é algo que muda com o tempo”. Quanto à sua sexualidade, revela se interessar tanto por homens quanto por mulheres e são elas as que mais o paqueram. Leveza dos gêneros

Ruldoph explora bem suas características
ambíguas (Foto: Angeluci Figueiredo)

O paulista Ruldoph Almeiram, 22 anos, está explorando as possibilidades do que é. Estudante de Pedagogia, também trabalha fazendo performances artísticas. O lado multifacetado, pouco preocupado com as fronteiras sociais convencionais, ele também leva para o seu comportamento. Reconhecendo desde sempre esses seus traços femininos, nada é pensado demais. “É uma coisa que flui, tem dias que acordo mais menininho, outros mais menininha, nada intencional”, revela Ruldoph. Sua atração é por homens, isso é bem definido para ele. O que ainda não está tão claro é a sua escolha pessoal para o futuro. “Confundem muito androginia com transexualidade, eu ainda não consigo me identificar, é algo muito complexo para mim, vou vivendo”, explica. Enquanto isso, simplesmente vive da melhor forma que acha: livre. Matéria original: Correio 24h Jovens brincam com as definições dos gêneros e revelam anseio pelo fim dos rótulos convencionais

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