|
---|
O polêmico "A Serbian Film - Terror Sem Limits" é censurado no Brasil |
O Ministério da Justiça (MJ) anunciou nesta sexta-feira (29) a suspensão do processo de classificação indicativa do polêmico longa-metragem sérvio "
Serbian Film - Terror sem limites", que entraria em cartaz nos cinemas no dia 5 de agosto. Com isso, a exibição do filme fica suspensa em todo o Brasil por tempo indeterminado. Segundo a assessoria do MJ, a decisão atende a uma recomendação de proibição do Ministério Público de Minas Gerais, que acusa a obra do diretor Srdjan Spasojevic de incitar a pedofilia. Ainda de acordo com a assessoria, o Ministério da Justiça agora "aguarda análise de sua consultoria jurídica" para apontar o futuro da produção nos cinemas brasileiros. "A Serbian Film" já tinha tido sessão vetada durante o festival RioFan, no Rio de Janeiro, no último sábado (23). A empresa patrocinadora do evento proibiu a projeção, e os organizadores a tranferiram para outro cinema da cidade. Mas a exibição acabou sendo suspensa por conta da ausência de classificação indicativa do filme. O longa-metragem de terror já gerou polêmica na Europa, tendo cenas censuradas na Espanha, Reino Unido e Noruega por supostamente mostrar pedofilia e necrofilia. Distribuidor diz que filme é 'entretenimento puro' Responsável pela distribuição do longa no país, Raffaele Petrini conta que, diante da suspensão, marcou uma nova data de estreia para "A Serbian Film": 26 de agosto. Ele afirma estar "confiante" na liberação do longa. "Quem realmente viu, sabe que o filme não exalta a pedofilia. Aliás, muito pelo contrário, acho que ele condena esse crime", opina o distribuidor, que descreve o terror sérvio como "entretenimento puro". "É um filme inovador, que está fazendo história não só por suas polêmicas, mas também por explorar os limites do que pode ser filmado", diz Petrini, que compara o longa de estreia de Spasojevic ao clássico "Laranja mecânica", de Stanley Kubrick. O distribuidor acredita que a polêmica em torno de "A Serbian Film" pode atrair mais público para a produção, mas diz que "o problema não compensa". "O chato são as despesas legais e o desgaste que isso significa para a empresa, ter seu nome associado à exaltação de crimes", comenta o empresário, diretor da Petrini Filmes. "Além disso, a suspensão abre um precedente para a censura no país, gerando medo de distribuir obras provocadoras", completa.