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O consultor cearense Carlos Frederico Bezerra, que estava no navio que naufragou na Itália na sexta-feira (13), disse que houve caos durante a retirada dos passageiros. "Era cada um por si e Deus por todos. Foi uma algazarra, mulher passando na frente de homem, homem na frente de mulher, criança ficando pra trás, um caos”, afirma. Acidente deixou 3 mortos e 70 desaparecidos, segundo autoridades locais. Não há informação de brasileiros entre mortos, feridos ou desaparecidos. A empresa Costa Cruzeiros, dona do navio, informou que eram 46 brasileiros a bordo. O cearense relata que os passageiros se desesperaram ao ver que outros tripulantes estavam colocando o colete de salva vidas. “No primeiro momento, eles disseram que deveríamos permanecer no barco, que estava tudo sob controle. Segundos depois, soltaram mensagens cifradas que só a tripulação entende e isso fez com que os tripulantes começassem a colocar os coletes e nós, sem coletes, nos dirigimos aos botes salva-vidas e começamos a colocar também”, conta o consultor. O navio chocou-se contra uma rocha, encalhou em um banco de areia próximo à ilha de Giglio, na Toscana, região central da Itália, teve seu casco quebrado, virou e ficou parcialmente submerso. O acidente ocorreu a cerca de 40 quilômetros do continente. Muitos dos 3.200 passageiros e 1.023 tripulantes foram levados para o porto de Santo Stefano, no continente, onde estavam abrigados em escolas, igrejas e outros edifícios públicos. A Defesa Civil montou uma grande tenda em que os náufragos eram identificados antes de serem levados, de ônibus, para hotéis da região.
Hora do jantarDe acordo com o relato dos passageiros, o acidente ocorreu por volta das 21h30 (18h30 no horário de Brasília), quando todos estavam jantando. Inicialmente, a luz apagou e houve um tranco. Quando a luz voltou, o comandante do navio anunciou uma avaria no gerador elétrico e garantiu um conserto rápido, mas um vazamento de água se abriu no navio, que ficou inclinado. “Era o horario do jantar, quando a gente estava sentado com a família. Ele lamentavelmente soltou um solavanco, como se quebrasse a embreagem de um carro e houvesse uma pancada muito forte”, explica o cearense. Após o susto inicial, Carlos relata que a tripulação foi avisada por avisos sonoros em cinco idiomas: “Dizem aquilo que a gente ouviu falava para que tivéssemos calma, que era um problema simples, que estava já sendo solucionado, que era apenas um blecaute de um dos motores”.
ContatoA empresa Costa Cruzeiro, por intermédio de sua assessoria de imprensa no Brasil, deixou disponíveis os seguintes números de telefone para informações: 55-11-2123-3673 e 55-11-2123-3679.