A epidemia do vírus ebola que atinge a África Ocidental está se alastrando e a situação se deteriora mais rapidamente do que a capacidade de resposta, advertiu hoje (15) uma responsável da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). Joanne Liu, diretora da MSF, falou após uma visita de dez dias à região. "Estamos perante uma total falência das infraestruturas", disse Liu, considerando que, se a situação não for estabilizada na Libéria, nunca se estabilizará a região. "Trata-se apenas da ponta do icebergue", advertiu a responsável da organização não governamental de prestação de cuidados médicos a pessoas contaminadas. A MSF está presente nos três países mais afetados: Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa. A ONG tem na região 692 pessoas, incluindo 72 estrangeiros. A doença, que se transmite por contacto direto com o sangue e fluídos corporais de pessoas ou animais infetados, causa graves hemorragias e pode atingir uma taxa de mortalidade de 90%. Esta é a primeira vez que se identifica uma epidemia de ebola na África Ocidental. A epidemia de ebola já matou mais de mil pessoas, de um total de 1.849 casos de infecção, segundo balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os primeiros casos foram identificados em março, em áreas próximas a florestas do Sul da Guiné, com a morte de 59 pessoas. Especialistas não conseguiram identificar o vírus na origem do surto, cujos sintomas começaram a surgir seis semanas antes do resultados de exames, feitos na França.
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