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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou na noite desta quarta-feira (22) a retirada de 33 mil soldados americanos do Afeganistão até setembro de 2012. Os primeiros 10 mil soldados devem abandonar o país ao longo deste ano e os restantes 23 mil antes do final de setembro de 2012. Outros 68 mil soldados devem permanecer no país, cujo processo total de retirada completa só deve ocorrer em 2014. De acordo com Obama, as tropas continuarão deixando o conflito no país "de forma frequente" e a missão no país mudará de "combate para suporte". O presidente ressaltou no pronunciamento em cadeia nacional que a rede terrorista al-Qaeda está acuada. "A al-Qaeda está sob a maior pressão do que em qualquer momento desde o 11 de Setembro", disse. Na fala, Obama também destacou a morte de Osama bin Laden, "o único líder que a al-Qaeda já conheceu", em uma missão em maio. "A al-Qaeda continua perigosa. Continuaremos vigilantes." Obama lembrou que esta era uma promessa do seu governo desde 2009, quando anunciou o enviou de mais de mais de 30 mil soldados ao país. "Deixei claro que nosso comprometimento não seria sem limites. Hoje estou cumprindo esta promessa", disse.
Especulações - O anúncio encerra semanas de especulações sobre o futuro da presença militar dos EUA no Afeganistão, onde há 100 mil militares norte-americanos. Comandantes militares vêm alertando Obama a não fazer uma retirada exagerada, sob pena de reverter os avanços dos últimos meses contra a insurgência do Talibã. Por outro lado, o governo precisa reduzir seus gastos com a guerra e estancar a perda de vidas norte-americanas, sob pena de ser castigado pelo eleitorado nas eleições de 2012. A retirada de 33 mil soldados -todo o contingente adicional enviado em 2010 para reforçar o combate ao Talibã- até o final de 2012 deve ser mal recebida pela cúpula do Pentágono. O secretário de Defesa, Robert Gates, já havia dito que isso seria 'prematuro'. Mas, no Congresso, alguns parlamentares se mostram impacientes com uma guerra que atualmente custa mais de US$ 110 bilhões por ano, e exigiam uma retirada inicial ainda maior. O debate sobre o tema mudou consideravelmente desde que forças especiais dos EUA mataram em maio o líder da al-Qaeda, Osama bin Laden, no Paquistão. Esse fato deu a críticos, tanto republicanos quanto democratas, mais argumentos para cobrar de Obama metas mais precisas para o conflito no Afeganistão. Embora os Estados Unidos estejam envolvidos em negociações políticas com o Talibã, autoridades admitem que um acordo de paz ainda pode estar distante, se é que será possível.
Eleições - Obama, no entanto, não pode se dar ao luxo de esperar muito, pois pretende disputar um novo mandato em 2012. Segundo uma pesquisa do instituto Pew divulgada na terça-feira, 56% dos norte-americanos - cifra recorde - são favoráveis à retirada das forças do Afeganistão o mais rapidamente possível. As informações são do G1.