Diante da "maior crise sanitária mundial da nossa época", a Organização Mundial de Saúde pediu, nesta segunda-feira, a realização de "testes para cada caso suspeito" do novo coronavírus. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também confirmou que há registro de morte de crianças por causa do vírus, mas não deu mais detalhes sobre o perfil da vítimas.
Até esta segunda-feira, a organização não havia reconhecido a morte de crianças pelo novo coronavírus. A entidade vem ressaltando que os grupos mais vulneráveis incluem as pessoas mais velhas ou com doenças pré-existentes, como diabetes ou no sistema cardiovascular, como hipertensão.
Agora existem "mais casos e mortes no resto do mundo do que na China", acrescentou o chefe da organização durante uma entrevista coletiva. Embora a OMS não tenha divulgado novos números oficiais sobre a pandemia, segundo uma contagem da agência France-Presse, com base em fontes oficiais, mais de 169.710 pessoas foram infectadas em 142 países. O número total de mortes é de 6.640.
— Esta é uma doença séria. Embora a evidência que temos sugira que aqueles com mais de 60 anos correm maior risco, jovens, incluindo crianças, morreram — disse Tedros. — Sabemos que as crianças podem ser infectadas e que elas podem morrer por essa doença. Não podemos dizer universalmente que é [uma doença] leve em crianças.
Tedros ressaltou que a escalada dos casos e mortes pelo mundo justifica a adoção de medidas de distanciamento social (fechamento de escolas, trabalho remoto e suspensão de eventos, entre outros), mas que a OMS afirma que testes em larga escala para cada caso suspeito ainda são a melhor alternativa para conter a disseminação do vírus. O diretor-geral frisou a necessidade de testar todos os casos suspeitos.
— Teste, teste, teste. Teste todo caso suspeito. Se for positivo, isole e descubra de quem ele esteve próximo. Não se consegue combater um incêndio com os olhos vendados. Você não consegue parar essa pandemia se não souber quem está infectado.
A diretora técnica da OMS, Maria van Kerkhove, voltou a aconselhar que sejam mantidas as estratégias de contenção.
— (É preciso) achar todos os casos e seguir todos os contatos e testar os contatos. Dá para parar a transmissão entre as pessoas.
Ela também foi questionada sobre as manifestações ocorridas no Brasil no fim de semana:
— Uma das formas de evitar a transmissão entre pessoas é parar reuniões de pessoas. Alguns países tomaram decisões se baseando no número de pessoas. É importante que as pessoas não vão, que limitem a participação em eventos de aglomeração em massa — disse, sem mencionar diretamente o presidente brasileiro. — Precisamos de comprometimento político no maior nível porque essa pandemia não é só do setor da saúde, ela afeta todos os setores do governo. Os governos devem ser capazes de mobilizar a sociedade. Essa resposta depende de todos. É assim que podemos deter o vírus.
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Redação iBahia
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