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Teixeira e Havelange receberam cerca de R$ 45,5 milhões |
O processo contra cartolas brasileiros divulgado pelo Tribunal da cidade de suíça de Zug, na quarta-feira (11), revela mais absurdos do que apenas os valores de casos de corrupção. Para completar, a Fifa, entidade máxima do futebol mundial, classificou as atitudes ilegais de Ricardo Teixeira e João Havelange como "normais", justificando que a "maioria da população" da América do Sul e da África tem nos subornos e propinas parte de sua renda "normal". A informação é do repórter
Jamil Chade, do jornal o "Estado de São Paulo", que teve acesso à íntegra do processo. A Justiça ordenou que o ex-presidente da CBF e o presidente de Honra da Fifa devolvessem US$ 2,5 milhões para os cofres da organização, mas a defesa da entidade alegou que seria impossível implementar a devolução. É aí que aparece o argumento surpreendente dos advogados. "Os representantes legais da Fifa são da opinião ainda de que implementar a devolução do dinheiro seria quase impossivel. Eles justificam isso, inter alia, com o argumento de que uma queixa da Fifa na América do Sul ou África dificilmente seria aplicada, já que pagamentos de subornos pertencem ao salário recorrente da maioria da população", diz trecho do completo argumento dos advogados da Fifa.
Processo - Juntos, Ricardo Teixeira e João Havelange receberam cerca de R$ 45,5 milhões, diretamente ou através de empresas, para facilitar a negociação de contratos da Copa do Mundo. Em 2010, a procuradoria fechou acordo com os acusados e com a Fifa para encerrar o processo e tornar os dados sigilosos. Mas jornais suíços e a televisão inglesa BBC lutaram pela publicação da ação e ganharam.
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