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MÚSICA

Artistas do Hip Hop investem em editais para viabilizar festivais

Em 2014, Bahia ficou em quarto lugar dos 25 estados que participaram do Prêmio Nacional da Fundação Nacional de Artes (Funarte)

• 04/01/2015 às 19:33 • Atualizada em 01/09/2022 às 23:36 - há XX semanas

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É chegada a hora! O DJ dá o play nos toca-discos, as caixas de som já estão a bombar, luzes estão direcionadas, B-boys e B-girls se aquecem em um canto, uma roda de freestyle começa no outro lado, o público começa a chegar, o MC pega o microfone. Vai começar mais um evento de Hip Hop na cidade…Certo? Errado. Quer saber quando começa a festa?
Três meses antes, surge a ideia do Hip Hop ocupar mais um espaço. Começa a organização. As contas não fecham, são muitos profissionais envolvidos para pouca grana. Mas vai ter que fazer, na raça. Opa! O anúncio de editais com inscrições abertas chama a atenção. Sinônimo de alguns milhares de reais, os editais servem para dar “um alívio” na produção do evento e organização das finanças.
Edital aprovado. Agora sim, para uma boa parte dos organizadores de eventos de Hip Hop a festa está liberada para acontecer. Um dos temas mais polêmicos no movimento cultural também é uma das formas de manter o calendário de eventos na ativa.
Como se faz “Sempre fiz eventos para o movimento cultural, mas atentei que os editais eram aprovados para artistas que já tinham grana para produzir seus eventos. Então comecei a estudar mecanismos para que a cultura Hip Hop também fosse favorecida por esse patrocínio público” destaca Carlos André Costa, 33 anos, o MC Coscarque que faz parte do Coletivo BoomClap. Veterano no campo de editais, o MC Coscarque, que já teve quatro projetos aprovados em editais públicos, com valores entre R$ 3 mil a R$ 92 mil, dá a dica para quem quer percorrer esse caminho complexo, no início, mas redundante para quem tem um entendimento da prática. “A primeira coisa que o mano ou a mina tem que fazer é se capacitar para compreender como escrever de forma correta os editais. Agradeço a Eliana de Morais por me disponibilizar uma bolsa voltada para área. Quando você começa a “sacar” os mecanismos, tudo fica muito mais fácil.”, conta o MC Coscarque.
MC Coscarque já teve quatro projetos aprovados em editais públicos (Foto: Bia Cristinee)
A Bahia representou bonito Em 2014, os artistas do Hip Hop da Bahia mostraram que aprenderam a lição. Na última edição do Prêmio Nacional da Fundação Nacional de Artes (Funarte), a Bahia se destacou em quarto lugar dos 25 estados que participaram da premiação, no total foram 14 projetos aprovados, sendo oito na capital e seis no interior do estado.
E as mulheres representaram muito bem a cultura das rua. As maiores pontuações da premiação entre os vencedores baianos, tiveram como proponentes garotas.
Raffaella da Conceição, 21 anos, faz parte do grupo de street dance BSBCrewLove, ela foi umas das contempladas com o valor de R$ 10 mil para a realização do projeto Mixtape, que reunirá os quatros elementos da cultura Hip Hop.
Ela conta que escreveu as propostas para o edital pela primeira vez e não teve dificuldade. O diferencial foram os cursos voltados para produção cultural que frequentou no curso de Comunicação Social da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Raffaela da Conceição ganhou edital na primeira vez que escreveu (Foto: Acervo Pessoal)
“Na faculdade de comunicação fiz o curso Oficina e Elaboração de Projetos Culturais, depois da conclusão ficou fácil a inscrição do edital. Escrevi o projeto Mixtape que já foi realizado uma primeira edição com intermédio da Ufba, agora que fui contemplada e com isso tenho mais verba, farei o festival com uma estrutura maior, convidarei mais artistas”, conta Raffaella. Tem que ser verdadeiro Outro colaborador da cultura Hip Hop que há cinco anos aposta em inscrições de editais é o Hamilton Oliveira, 33 anos, o DJ Branco, contemplado com seis editais com valores variantes entre R$ 10 mil a 45 mil, o DJ dá dicas importantes para iniciantes.
“Quem se propõe a se inscrever nesse tipo de apoio, tem que saber que vai prestar conta de tudo que informou no projeto. Logo, tem que ser real quando for preencher a planilha de orçamentos e a proposta de cronograma de atividades pois será cobrado”, destaca o DJ.
DJ Branco, veterano em editais (Foto: Acervo Pessoal)
Branco também lembra que estranhou quando teve o primeiro contato com a papelada dos formulários de inscrição dos editais. “Achei desde o preenchimentos até as etapas de seleção tudo muito burocrático. Seguia fazendo meus eventos sem ajuda se custo dos editais. Mas os processos com o passar do tempo ficaram mais flexíveis e resolvi aceitar o desafio de aprender a escrever editais. O povo do Hip Hop precisa se capacitar e aprender como fazer inscrição nesses processos, assim teremos mais representatividade no repasse de valores da cultura”, lembra o DJ.Apesar de ser uma forma de financiamento, os participantes apontam o atraso do patrocínio, uma situação recorrente nessa modalidade de financiamento. “Nos programamos, fechamos prazos com colaboradores e fornecedores e quando acontece de atrasar o repasse do financiamento temos que refazer todo esse cronograma”, destaca Coscarque.
Outras opções A problemática de tão repetida, está implícita em um dos últimos itens do formulário de inscrição de alguns editais.
Motivo pelo qual a busca de patrocínio de empresas privadas já é unanimidade entre os produtores culturais. “Para as próximas edições do Projeto Mixtape vou buscar apoio também de empresas privadas. Somos Hip Hop sempre na correria. Ganhar financiamento de edital é ótimo, mas são muitos eventos não podemos investir só em uma forma de promover a cultura”, revela Raffaella.
Sabe o que os três tem comum? Se formalizaram, como empreendedores ou profissional autônomo, se capacitaram e, assim, seguem em ritmo cada mais acelerado para fazer crescer a celebração e o reconhecimento do movimento Hip Hop.
Bahia foi o quarto estado em projetos aprovados pelo prêmio Funarte
Locais onde encontrar editais:
Secretaria de Cultura do Estado, * Com colaboração Tarcisio Silva
Correio24horas

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