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MÚSICA

Compositores falam sobre suas músicas, direitos autorais na Bahia

Paulinho Camafeu, Tote Gira e Paulo Chamusca escreveram sucessos como 'O canto da cidade', 'Banho de chuveiro' e 'Que Bloco É Esse?'

• 20/05/2012 às 11:49 • Atualizada em 27/08/2022 às 13:55 - há XX semanas

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Paulinho Camafeu compôs grandes sucessos que viraram hinos da música baiana
Todos os anos um novo hit é lançado durante o carnaval de Salvador. A música estoura nas rádios, os artistas se destacam nos programas de televisão, e lotam as casas de show espalhadas pelo Brasil. Muitos sucessos marcaram a vida das pessoas, trilhando este caminho. O que grande parte do público não sabe é de onde surgem estes clássicos. Quem cria estas letras que acabam caindo no gosto popular e agradando multidões? Tote Gira recorda muito bem do período em que compôs a música que viria a dar nome a um dos discos mais vendidos da cantora Daniela Mercury. Oriundo do samba junino tocado no bairro de Santa Cruz, o compositor e instrumentista estreou na axé music quando escreveu, em 1991, a música ‘O canto da cidade’, em homenagem a Salvador, “a segunda África”, como ele define a capital baiana.
“Nos anos 90 eu ouvi muito uma música chamada Prefixo do Verão, composta por Beto Silva, que estourou com a Banda Mel. Então eu achei que a cidade merecia outra homenagem, com uma batida mais africana, por ela ser a segunda África, e acabou dando certo”, conta o compositor, que também é dono de mais de 100 sucessos gravados, como ‘Melô da Escolinha’, gravado pela Gang do Samba e Harmonia do Samba, e ‘Levada do Tambor’. Passados 21 anos após o grande sucesso de ‘O canto da cidade’, Tote continua no mundo da música. Em breve lançará seu 17º disco e está tentando patrocínio através de edital do governo do estado, o FazCultura, para lançar seu songbook – livro com partituras da obra musical do artista -, reunindo quase 200 canções, famosas ou não, compostas por ele, além de trabalhar, há mais de 10 anos, com uma companhia de balé do Brasil em Nova York, criando as trilhas sonoras dos espetáculos.Para tocar no rádio
Outro nome da lista de compositores baianos que tiveram sucesso com suas músicas é Paulo Chamusca, compositor de ‘Banho de chuveiro’, hit gravado pelo Terra Samba, grupo do qual também foi diretor musical e arranjador, e que chegou ao top 10 dos discos mais vendidos da história do Brasil.
"O compositor fica um pouco refém do sucesso da música", diz Paulo Chamusca.
A música foi feita em 2000, para o quinto disco do grupo e virou tema do verão. “Para fazer músicas de samba e de axé a gente tem que buscar as melhores sacadas, saber o que as pessoas andam falando nas ruas”, explica Chamusca. Para o compositor, a música não basta ser gravada, tem que tocar nas rádios. “O compositor fica um pouco refém do sucesso da música”, complementa.
Arrecadação e direitos autoraisEmbora tenha conseguido projeção profissional após a gravação de suas músicas, Tote Gira se queixa da falta de fiscalização no momento de arrecadação e distribuição dos direitos autorais das suas músicas. De acordo com o compositor, o valor já arrecadado por ele não corresponde ao grande sucesso que suas músicas já fizeram. “O dinheiro que já recebi não é o adequado. Isso acontece porque não existe, por exemplo, o controle da venda de discos.”, afirma.Mesmo não arrecadando a quantia que considere justa, Tote se diz realizado na sua profissão. "Eu me sinto muito realizado por ter conseguido ver as minhas músicas gravadas, mesmo que a TV e a rádio não fale o nome dos compositores, só o dos intérpretes", diz.
"Sou um operário musical, que não é valorizado pelo que faz", diz Paulinho Camafeu.
É o que pensa também Paulinho Camafeu, compositor de músicas que se transformaram em verdadeiros hinos do axé e da música afro na Bahia, como ‘Fricote’, feita em parceria com Luiz Caldas, 'Meu cabelo duro é assim', gravado pelo grupo Chiclete com Banana e ‘Que Bloco É Esse?’, gravado pelo Ilê Ayê. Dono de mais de 400 músicas gravadas, ele diz enfrentar dificuldades financeiras por arrecadar todo mês apenas valores simbólicos de suas músicas. “Sou um operário musical, que não é valorizado pelo que faz.”, queixa-se o compositor.

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