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MÚSICA

Moraes, Saulo e Luiz Caldas homenageiam Salvador na Praça Cayru

As apresentações aconteceram na noite da última sexta-feira (28) e integram a programação do Festival da Cidade

• 29/03/2014 às 6:32 • Atualizada em 30/08/2022 às 18:06 - há XX semanas

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De Dorival Caymmi aos Novos Baianos. A noite da última sexta-feira (28), véspera do aniversário de Salvador, foi de celebração na Praça Cayru. No palco montado em frente ao Mercado Modelo e ao lado do Elevador Lacerda, dois cartões postais da cidade, Moraes Moreira, Saulo Fernandes e Luiz Caldas fizeram a festa com o público presente, que vibrava em clima de alegria e tranquilidade. As apresentações integram a programação do Festival da Cidade, em homenagem aos 465 da capital baiana. Os festejos encerram neste domingo (30). Da energia do frevo à pulsação da guitarra baiana, nada faltou no repertório comemorativo aos 40 anos do clássico álbum 'Acabou Chorare', lançado em 1972 pelos Novos Baianos. "Esse disco e essas canções estão presentes no coração e na alma do povo baiano e brasileiro", declarou Moraes, que integrou o grupo ao lado de Luiz Galvão, Pepeu Gomes, Baby do Brasil e Paulinho Boca de Cantor. Além dos clássicos 'Brasil Pandeiro', 'Besta é Tu', 'Preta Pretinha', 'Swing de Campo Grande' e 'Chame Gente', cantados em coro pelo público, Moreira também incluiu em seu setlist 'Maracangalha', uma homenagem ao mestre Dorival Caymmi.
No palco, além da banda, o artista foi acompanhado por seu filho, o músico e instrumentista Davi Moraes, cuja canção 'Na Massa' também integrou o repertório. Composta por Davi em parceria com Arnaldo Antunes, a música é uma das faixas de 'Papo Macaco' (2002), álbum solo de estreia do artista. Natural de Ituaçu, sertão da Bahia, Moraes tem uma história longa com Salvador. Em 1967, chegou na cidade para cursar Medicina, embora a música já ocupasse seus pensamentos. Da ponte de Mapele, viu o mar pela primeira vez. "Cheguei aqui nessa cidade supostamente para estudar Medicina, mas já tinha música na cabeça. Fui para o seminário de Música, conheci Tom Zé e os músicos da Bahia", contou saudosista.
Foi também nesta época que Moreira conheceu o Pelourinho, o respeitado mestre Pastinha e as areias brancas do Abaeté, onde já fez serenata. "Eu amo Salvador. Vivi a alma dessa cidade". Hoje, a capital baiana está muito diferente da cidade que conheceu há quase cinquenta anos. Para Moraes, Salvador agora precisa se recuperar. "A cidade cresceu muito. Por um lado foi bom, por outro não foi. São condomínios demais, área verde acabando..." "Nós temos que parar com isso, segurar essa onda, porque ainda há tempo", pontuou o artista, que também aproveitou para elogiar e deixar seus votos à capital baiana. "A Bahia tem feitiço, amor, alegria e pode ter progresso também, desde que isso seja organizado de maneira que a cidade não se sinta sofrida", alertou Moraes e acrescentou: "eu desejo que o povo baiano comece a ter esperança e que a gente reconquiste tudo o que a Bahia tem de bom".
Após Moraes Moreira, foi a vez de Saulo Fernandes e Luiz Caldas subirem ao palco para celebrar os 465 anos da primeira capital do Brasil, com uma bela homenagem ao cantor e compositor Dorival Caymmi, que completaria 100 anos em 2014. Apaixonados por Salvador, assim como Dorival, os artistas fizeram questão de destacar a alegria e emoção do momento. "É muita coerência cantar Caymmi com Luiz no aniversário de Salvador. Fiquei muito feliz com o convite", declarou Saulo. Para Luiz Caldas, o sentimento é o mesmo. "É um prazer estar aqui, nós que somos do interior, Saulo da cidade de Barreiras e eu de Feira de Santana, mas que adotamos e adoramos essa cidade", completou o cantor, que comemorou em fevereiro 35 carnavais. Como não poderia deixar de ser, marcaram presença no repertório 'São Salvador', 'É Doce Morrer no Mar', 'Samba da Minha Terra', 'O Vatapá' e 'O Que é Que a Baiana Tem?', eternizada na voz de Carmen Miranda.
Para Saulo, embora Dorival não sinalizasse as dores da cidade em suas composições, a obra do artista não deixa de ser contemporânea. "Em Caymmi se vê uma Bahia atual, poética. As três vezes que eu passei 'Saudade de Itapuã', no ensaio, eu chorei. É uma melodia linda e especial, coisa de dar orgulho ao meu pai e à minha mãe", revelou emocionado. No setlist, o cantor incluiu ainda sua atual música de trabalho e sucesso do Carnaval 2014, 'Raiz de Todo Bem', sendo ovacionado pelos fãs. Daqui para frente, o que Saulo espera para Salvador é mais amor. "Eu queria que a gente fosse mais veloz nas transformações, sobretudo, sociais. Ainda vivemos em uma cidade maquiada em vários aspectos e poderia não ser. Poderíamos ter mais amor por Salvador", desabafou o músico, que também avaliou: "a gente andou, tem andado, mas eu fico agoniado, acho lento. Poderíamos ser mais corajosos e mudar as coisas com muito amor".
*Com orientação e supervisão de Márcia Luz

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