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Alice Wegmann conta: 'Já sofri demais por amor'

Atriz também falou da novela 'Órfãos da Terra' (TV Globo), onde interpreta a vilã, Dalila

Redação iBahia • 16/06/2019 às 20:30 • Atualizada em 28/08/2022 às 12:38 - há XX semanas

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Entre declarações aos amigos aniversariantes e posicionamentos políticos, Alice Wegmann (que se assume, aos risos, como “A do textão no Instagram”) vez ou outra também nos brinda com poesias que ela mesma escreve e falam bem do seu jeito de ser. Em “Matemática de mim mesma”, por exemplo, a atriz deixa claro que nunca é uma pessoa só. Nesta entrevista, dá para conhecer um pouco mais da Alice sonhadora, a profissional, a muito apaixonada pelo namorado, a conselheira, a última a deixar a pista de dança… Tudo isso, sem perder a Alice zen.
Foto: Reprodução | Instagram
— Sou infinitas, cada dia acordo de um jeito, mas mantenho a minha serenidade. Essa vontade de me reinventar vem muito por meio da minha forma artística de viver. Sempre fui de me explorar, senão fico entediada. Gosto de trocar, de gente, de ouvir... e de falar também! E eu mesma tenho muito mistério. Eu gosto disso, de me descobrir cada vez mais. Esse poema resume muito o que sou — diz Alice, que, apesar do sucesso de seus versos, não pretende se aventurar profissionalmente, ainda, na literatura: — Escrever me faz muito bem. Mas ainda sou um pouco tímida, não me sinto com a propriedade de me jogar no mundo dos livros. Gosto de me expressar das mais variadas formas e, por enquanto, a escrita é só mais uma delas.
As investigações de si mesma vem acontecendo com o tempo. Neste ensaio, convidamos a atriz para traduzir todas as “camadas de Alice” ao brincar com o véu, bem inspirado no estilo árabe das muçulmanas de “Órfãos da terra”, novela das seis em que vive a vilã Dalila. Está aí uma oportunidade para relembrar algumas amarras que já deixou para trás.
— Eu era muito mais envergonhada, introspectiva, em relação a tudo, com um medo de quem eu era. Mas sou uma pessoa transparente desde sempre, tanto em relação às coisas boas, como às ruins. Por essa vontade de sempre ser autêntica, às vezes sentia que esse comportamento pudesse me impedir de seguir adiante. A gente vive num mundo em que tudo é muito fake. A imagem tem que ser editada, perfeita. Eu fui desmascarando essa ideia. Vi que, quanto mais de verdade eu fosse, mais legal isso seria para mim e para todo mundo — reflete: — E desconstruo isso ao falar dos meus problemas, medos, coloco minhas inseguranças… Falo até do meu posicionamento político. Poderia ficar calada, isso me geraria mais publicidade, mais dinheiro, mas eu optei por ser de verdade.
Mas existem véus necessários para utilizarmos no dia a dia?
— Isso entra na regra dos cinco minutos. Se você não gosta de algo em alguma pessoa que ela não pode mudar em cinco minutos, não diga isso a ela. Se for um feijão no dente, você avisa. Se não for, guarde para você. Isso serve para situações preconceituosas, por exemplo. Talvez o véu seja uma forma de impedir o ódio de ir adiante, e, com isso, a pessoa possa ir se desmontando e ir se abrindo para o mundo.
Apesar de não ter medo de se expor, em alguns momentos bem que Alice queria se esconder.
— Eu não deixo de fazer as coisas de que gosto por ser uma pessoa pública. Mas acho que poderia, sim, ser mais livre ainda caso não fosse exposta. Sei lá, tem vezes que eu usaria uma capa da invisibilidade, sabe? Talvez quando fosse sair à noite com os amigos e quisesse ir mais além — diz aos risos a jovem de 23 anos, que se diz festeira: — Sou a pessoa que abre e fecha a pista de dança. Dançar é minha coisa favorita no mundo. Música brasileira, então… Assim libero minha energia, me jogo, me sinto livre. Ali não preciso de véu.
Os tempos de terapia a ajudaram nesse processo.
— Todo mundo tem que fazer análise! Cada vez que entro na sala da minha atual analista, eu tenho “insights” muito potentes sobre quem eu sou. Isso tem me libertado cada vez mais. Por isso, estou vivendo uma fase tão boa. Voltei para a terapia quando acabou a Maria (protagonista da minissérie “Onde nascem os fortes”, de 2018). A gente se apega tanto à personagem... E é uma separação brusca — argumenta.
A lembrança da nordestina, o seu papel anterior na Globo, é constante. Na ocasião, Alice teve uma atuação que saltou aos olhos dos críticos, que a colocaram em outro patamar profissional.
— Engraçado que já me falaram que tive vários divisores de água na carreira. Comecei muito nova, as personagens foram chegando, fui estudando, buscando referências e eu fui me consolidando como atriz. Maria foi um marco porque foi certamente o maior mergulho que dei na minha carreira. Foram cinco meses morando em outra cidade, e todas as cenas eram de emoção ou ação. Fiquei realmente doente, fui parar no hospital… Estava o tempo inteiro 100% entregue. Isso, de certa forma, foi reconhecido. Mas tudo é construção, nada vem do nada — avalia essa escorpiana (com ascendente em Aquário e a lua em Peixes, como gosta de complementar): — Dalila hoje é continuidade. É muito especial por ser a primeira vilã que faço numa novela inteira. Mas ainda tenho muito para aprender.
E, falando na megera, ela tem aprontado poucas e boas disposta a destruir a família de Laila (Julia Dalavia) e Jamil (Renato Góes). Mas mostrou um lado mais humano quando chorou a morte da mãe (vivida por Letícia Sabatella) e quando teve segundos de arrependimento por ter abandonado o filho da rival sozinho numa pracinha.
— É bonito ter esses momentos de sensibilidade. As pessoas me param na rua para dizer que estão com dó da Dalila. É legal para pensarmos que ela também não é uma coisa só. Tem traumas, perdeu o pai e a mãe, não tem ninguém no mundo, transferiu todo o amor que tinha para Jamil, e isso virou uma obsessão. O foco da vida dela é esse homem. Como é rejeitada pelo amado, quer se vingar. Ao mesmo tempo, ela realmente gosta dele. É um grande conflito.
O próximo passo da filha do sheik é partir para cima de Jamil, com direito a roubar um beijo na boca e forçar uma aproximação de provocar ciúme na mulher do ex-capanga. O estilo de tomar iniciativas é até algo em comum entre personagem e intérprete.
— Eu que pedi Miguel em namoro! A gente já estava muito sintonizado. Ele levantou, e eu cortei. Eu sabia que era algo mútuo e que os dois estavam querendo a mesma coisa. Foi uma conversa, e eu sou muito de dizer o que penso, não sou de joguinho. Falo que gosto de você e é isso — diz Alice, que namora há quatro meses o agente artístico, e cozinheiro de mão cheia, Miguel Gastal, de 29 anos.
O relacionamento vai às mil maravilhas. E é daquele tipo de paixão que faz os olhinhos da artista brilharem quando ela se declara.
— Miguel é gentil, carinhoso, compreensivo, superelegante e tem todas as qualidades. Ele é mesmo demais — derrete-se.
Com mais experiência no campo dos relacionamentos amorosos, qual seria o conselho de Alice para Dalila para que ela aprendesse a lidar com um sentimento não correspondido?
— Supera, amiga! — diz a atriz, seguida de uma boa gargalhada: — Já sofri demais por amor. Imagina, sou escorpiana com ascendente em Peixes (reforça o quanto acredita na astrologia). Mas tem muito tempo mesmo (leia-se com um sotaque carioca bem carregado) que não fico numa fossa. Meu último namoro, que terminou três anos atrás, teve um fim superamigável. Com a maturidade, eu me tornei uma pessoa mais compreensiva e, consequentemente, mais leve. Fui me esvaziando de qualquer angústia muito grande por causa de amor que não acontece. O que for pra ser vai ser. Quando não acontece algo que quero, é tipo bola pra frente e vida que segue. O mundo é muito grande, e a gente tem muita coisa para viver. Agora estou numa fase ótima, estou apaixonada, então, são outros 500.
Sendo assim, enquanto Dalila segue bem obcecada para cumprir o objetivo da vingança, Alice anda bem satisfeita com o que a vida tem lhe dado.
— Não me falta nada. Estou num momento da minha vida, que puxa, sou só gratidão. Tenho uma família, namorado e trabalho, todos incríveis. Estou no lugar de agradecer muito e reconhecer o quão privilegiada eu sou e o quanto de coisa boa está acontecendo comigo. Mas se tem algo que quero é saber mais. Talvez minha grande obstinação seja esta: buscar conhecimento e saber repassá-lo. Essa é a maior graça da vida.
E é na hora em que revela qual é a sua torcida para o desfecho de sua vilã na novela das seis que Alice dá um show de sabedoria:
— Sou muito otimista e sempre torço para um final feliz para todos. Principalmente para os vilões. Sabe por que, gente? Gente feliz não enche o saco, não é mesmo? (risos).

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