Às vezes, os atores têm um discurso bonito para defender seus personagens. Não é o caso de Jesuíta Barbosa, o Vicente de “Justiça”, que assassinou a noiva, Isabela (Marina Ruy Barbosa) e pediu desculpas à sogra, Elisa (Debora Bloch).
— Numa situação dessas, eu não perdoaria.
Sem filhos na vida real, Jesuíta, de 25 anos, será pai pela primeira vez na ficção (“É, estou envelhecendo”, brinca). E isso fez tanto ele quanto o personagem entenderem a dimensão da dor de perder um rebento:
— Ter um filho é uma energia diferente de qualquer coisa. Procurei construir uma relação com a menina que faz a filha do Vicente. Imaginar perder é muito doloroso. Vicente sente isso e, imediatamente, se coloca no lugar da Elisa.
A culpa ficou tão entranhada no ex-detento que ele coloca o nome da filha de Isabela.
— Vicente tenta minimizar o remorso pedindo perdão à ex-sogra e colocando na filha o nome da noiva assassinada. Uma espécie de homenagem. Mas nada aplaca o arrependimento. Ele vai pedir perdão pelo resto da vida — diz Jesuíta.
O ator conta que não foi atrás de tragédias para ajudá-lo com o personagem. Mas que elas vieram até ele.
— Preferi me proteger disso e ficar com o que já tinha ouvido ou com as coisas que iam aparecendo. Conheci história de gente que foi assassinada e que a mãe perdoou. Como também de mães que esfaqueiam o assassino do filho.
Mas a história se encaminha para uma reviravolta. Ao tentar ser perdoado por Elisa, os dois ficarão tão próximos que terão um tórrido romance.
— O que acontece nessa trama é surpreendente. A relação dos dois engata de um jeito que eles já não se percebem mais enquanto sogra e genro. Essas duas energias começam a se fundir e virar outra coisa — revela o ator.
Com tantas cenas pesadas, Jesuíta aponta a cena da morte de Isabela como a mais difícil.
— Foi pelo desgaste. Levou um dia inteiro para gravar, o set inteiro ficou esgotado. Foi dificil de ver e de participar — conta o ator, satisfeito com o resultado.
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