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NEM TE CONTO

'Tenho dez Anittas dentro de mim', afirma cantora

Com oito indicações ao prêmio MTV Miaw, ela se diz 'realizada por completo' no trabalho, fala sobre relacionamento e de não querer ser uma mãe que 'terceiriza'

Redação iBahia • 10/05/2019 às 17:13 • Atualizada em 27/08/2022 às 21:21 - há XX semanas

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Falta fôlego até para descrever a rotina de Anitta nos últimos dias. Depois de gravar um clipe com Diplo na Costa Rica esta semana, a cantora embarcou para o Chile, onde faz show nesta sexta-feira (10), em Santiago. Amanhã (sábado, 11), ela se apresenta em Terezinha do Itaipú, no Paraná, e de lá segue para um show em Buenos Aires no próximo domingo (12).

Concorrendo em oito categorias, a cantora é pelo ano seguido, a artista com maior número de indicações ao MTV Miaw, premiação promovida pelo canal, em que os fãs votam e escolhem os maiores destaques do ano (o resultado sai 4 de julho). Anitta concorre como artista do ano, fã-clube mais engajado e hino do ano (com a música "Bola rebola").

Ela disputa até o prêmio pet do ano, graças à popularidade de seu cachorrinho Plínio. O cão, da raça galgo, virou personagem de uma "briga" com Pabllo Vittar no meme do momento. Nesta entrevista, feita por email entre uma viagem e outra, a cantora conta sobre os bastidores da gravação do disco, "Kisses", lançado no mês passado, reflete sobre a carreira e a vida pessoal.

Qual é a importância de ter oito indicações na premiação da MTV? É o segundo ano em que isso acontece, ainda faz diferença para você? Como recebeu a notícia?

Claro que faz diferença. Claro que não se trabalha pensando em prêmio, mas quando ele acontece, é mais um indicador de que estamos no caminho certo. Fico muito lisonjeada em ter sido indicada em tantas categorias, em um prêmio oferecido por um canal genuinamente focado em música. Eu e minha equipe ficamos sempre muito felizes.

Aconteceu algo de curioso ou fora do script nos bastidores durante as gravações com Caetano Veloso, Snoop Dogg e Ludmilla para o álbum "Kisses"?

Na cena de "Onda diferente" onde Snoop canta no meio das duas "robôs", Anitta e Ludmilla, nós deveríamos ficar imóveis e sérias. Mas não aguentei e caí na gargalhada quando ele começou a fazer suas dancinhas. E olha que ele tinha avisado antes pra "não se desconcentrar com o charme dele".

Caetano é seu fã. O que vem aprendendo com ele?

Quando se pensa em música brasileira, alguns nomes aparecem imediatamente no nosso imaginário e Caetano é um deles. Não somente pelas suas canções, mas pela sua trajetória e pela forma como lida com a arte e se preocupa com o planeta e a sociedade. Aliás, algo que me encanta nele está justamente aí, a sua liberdade em viver a sua arte, em expressá-la nas mais diversas formas. Uma conversa com ele é uma aula sobre tantos assuntos, das notas musicais à educação, passando por política, economia... e por aí vai.

Na explicação de cada música de "Kisses", você cita as várias versões de Anitta ("cheia de atitude", "adora um deboche", "dança conforme o ritmo", "é sexy", "desconhece a palavra consequência", "é sentimental", "é a definição da palavra 'boss')... Quantas mulheres cabem em você e qual delas representa mais o seu momento atual? Por quê?

O divertido é a gente se desafiar, se reinventar. Poder ser tudo, quando quiser. Eu realmente tenho essas 10 Anittas dentro de mim desde sempre e isso sempre fez com que as pessoas custassem mais para me compreender. Eu sou 8 e 80, tudo ao mesmo tempo.

Você tem um direcionamento muito claro - e mesmo agressivo - no sentido de traçar uma carreira no mercado pop internacional. Em que modelos você mira nesse sentido? Quem é sua referência? Onde quer chegar nesse cenário internacional, o que almeja?

Agressiva não é bem a expressão. Sou focada e sei exatamente aonde quero chegar. Ao longo do caminho, estudei muito (e continuo a estudar). Mas não me inspirei no modelo de ninguém porque estamos fazendo algo que ainda não foi feito. E para isso não adianta tentar seguir modelos de caminhos cujo produto não é igual ao nosso. Fui conseguindo fazer das minhas decisões intuitivas o meu próprio modelo de negócio. Ainda custo para tentar convencer alguns que não dá pra tentar reproduzir estratégias de terceiros no nosso caso. E acho que é o ideal porque cada artista é único, e são as características singulares que ajudam a contar a sua história. Sobre a carreira lá fora, eu queria levar a nossa música a lugares afora, emocionar diferentes públicos e enriquecer o meu repertório com referências culturais diversas. Já consegui e me realizei por completo. Agora o que vier é lucro.

Sua rotina hoje é completamente diferente da de quando você morava em Honório Gurgel. Mas o que ainda não mudou? O que você gostava de fazer naquela época e ainda faz?

Eu amo estar em família e com meus amigos. Gosto de reunir as pessoas. O tempo está mais curto, mas toda vez que tenho uma brecha, aproveito para estar com eles. É a nossa rede de apoio, onde a gente recarrega as energias e quando a gente encontra quem a gente é de verdade. É bom circular, desbravar o mundo e realizar sonhos. É bom encarar desafios e superá-los. Mas é maravilhoso estar entre os nossos.

Na música com Caetano você canta sobre um romance que acabou por causa de mentiras. Você está solteira? O que busca numa relação?

Sim, solteira. Eu só busco parceria, verdade e leveza... Relacionamento é uma escolha. A gente escolhe estar com determinada pessoa. Temos liberdade para isso. Então não tem razão para dividir o nosso tempo com alguém que não seja leve, que não seja agregador e que nos exija algo que não queremos ou podemos oferecer.

Já aturou atitudes de namorado que hoje jamais toleraria? Quais?

Quem nunca? Conviver com o outro exige jogo de cintura, negociar, ceder... O segredo está em não agredir nessas concessões.

Tem vontade de ser mãe? Como criaria um filho?

Sim, embora esse desejo não esteja nos planos para agora. Certamente quero ser uma mãe presente. Não me vejo terceirizando determinadas funções que, para mim, foram muito importantes em minha criação. A minha mãe é muito presente em minha vida e quero seguir esse modelo.

Você perdeu um cachorro recentemente. Como lidou com a dor?

Afonso. É muito difícil explicar. Acho que só quem tem bichos em casa consegue medir o que a gente passa e o que a gente sente. A gente vai lidando com a saudade, dando tempo ao tempo. E vamos tentando guardar na memórias os bons momentos. Ter bichos perto da gente enche o nosso coração de um amor puro, sem interesse, sem cobrança. Todo mundo deveria experimentar isso e tentar aprender com eles como lidar com a vida, com os outros e com o meio ambiente.

Não esconde que fez várias plásticas? Sente necessidade de mais alguma?

Não. Mas sou totalmente a favor de alimentarmos a nossa autoestima. Sim, precisamos nos aceitar, nos amar do jeito que somos. Mas está tudo bem em querer mudar algo que não está exatamente do jeito que a gente quer para ajudar na forma como lidamos com a autoestima. Por que não? Obviamente, cercados de todos os cuidados e respeitando a si mesmos. Às vezes é uma mudança pequena mas que faz muita diferença, como um corte de cabelo ou ter a coragem de usar uma make diferente. A relação com o espelho não deve refletir a opinião dos outros, mas as nossas escolhas.

Em seu desabafo pelas cobranças sobre o cenário político, no ano passado, você disse fazer parte da comunidade LGBTI+. Você é bissexual? Namoraria uma mulher?

A comunidade LGBTI+ sempre me abraçou e me acolheu com amor, respeito e apoio. E eu não poderia fazer nada de diferente do que devolver esse enorme carinho! Sobre a minha sexualidade, preciso confessar que me estranha que isso ainda gere curiosidade no outro nos dias de hoje. Me conforta muito mais as discussões sobre liberdade, amor e respeito.

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