Taís Araújo é toda empolgação para falar da poderosa Michele, a cantora, dançarina, empresária e esposa do astro Mr.Brau (Lázaro Ramos), da série homônima da TV Globo. “Adoro fazer esta série. Além de entreter, ela tem a nossa estética, e trata, com leveza, das nossas questões”, afirma, referindo-se aos temas ligados à negritude. Além de tudo, brinca, todo mundo tem medo da Michele, “porque é ela quem comanda aqueles homens todos”.
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E vai continuar mandando por mais algum tempo. Ainda faltando um mês para terminar a segunda temporada, no dia 02 de agosto, a série escrita por Jorge Furtado e dirigido por Maurício Farias já está com a terceira temporada garantida. Taís conta que começam a gravar em setembro.
Ela acredita que o sucesso e a empatia com o público tem a ver com um desejo, sobretudo da população negra, de se ver representada de outra maneira na telinha. “No começo, não tínhamos nenhuma pretensão, mas acho que a série cumpre um papel. Traz uma estética de uma África moderna, muito sofisticada, porque nós achamos nosso cabelo bonito, nosso nariz bonito”, reflete.
Essa nova percepção, acredita Taís, pode dar mais munição para as crianças e jovens negros. “Acho que a nova geração que tá vindo será mais segura e terá mais autoestima. É preciso se gostar”, diz Taís, que é mãe dos pequenos João Vicente, 5 anos, e Maria Antônia, de um ano e meio, do casamento com Lázaro Ramos.
A parceria com Lázaro também rendeu o espetáculo teatral O Topo da Montanha, dirigido por ele e produzido por ela, que volta a cartaz em São Paulo na próxima semana. Com texto da americana Katori Hall, a peça narra um encontro ficcional entre o pastor Martin Luther King (Lázaro Ramos) e a camareira Camae (Taís Araújo), um dia antes do assassinato dele, na cidade de Memphis.
O espetáculo, que estreou no final do ano passado e já foi visto por 25 mil pessoas, rendeu a Taís uma indicação ao Prêmio Shell de melhor atriz. “Estamos loucos para levar para Salvador”, afirma Taís.
E se for possível, acrescenta Lázaro - que estava ao lado dela durante a entrevista telefônica - no dia 20 de novembro, num lugar público. Já Taís, nesta data tão simbólica, preferia apresentar a peça no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro. Vamos ver quem ganha esta disputa artística- territorial.
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