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Com posições contrárias, mesa da Flica debate poder do Estado

De esquerda, a portuguesa Mariana Trigo debateu com o paulista e liberal Flávio Morgenstern sobre 'Desejos e Limites do Estado'

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17/10/2015 às 13:35 • Atualizada em 01/09/2022 às 3:24 - há XX semanas
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Portuguesa Mariana Trigo falou que benefícios do governo são necessários à população. Foto: Egi Santana/Flica
Posições políticas contrarias para debater os 'Desejos e Limites do Estado', assim foi a conversa entre Mariana Trigo Pereira e Flávio Morgenstern na mesa da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica). A portuguesa Mariana é coautora do livro 'Cuidar do futuro: os mitos do estado social português', que desmistifica a proteção social em Portugal. Já o paulista Flávio é autor do livro "Por Trás da Máscara, do Passe Livre aos Black Blocs, as Manifestações que Tomaram as Ruas do Brasil".
O bate-papo girou em torno de questionamentos como auxílios do estado, como o Bolsa-família no Brasil e o Rendimento Social de Inserção (RSI), em Portugal. Tais benefícios desincentivam o trabalho ou não? Para Flávio, o Estado é ineficiente e a forma do "Bolsa Família no Brasil não tem a ver com o liberalismo, e sim com um migalhismo. Se torna uma troca de favores".
"O Bolsa Família se torna uma troca de favores", diz o escritor Flávio Morgenstern.Foto: Egi Santana/Flica
Mariana defende que as despesas sociais são necessárias e viável seu financiamento. "Se eu quero que alguém tenha um emprego, ela precisa ter condições mínimas para ir para uma entrevista de emprego. Não é só dar um prato de sopa, tem que dar condições de comprar uma camisa para poder se apresentar à entrevista de emprego", exemplificou a portuguesa.
Declarado liberalista, Flávio falou sobre os limites do estado, questionando o poder do governo: "Eu acho importante a gente entender o que significa o papel do estado porque não é só uma questão de diminuir ou aumentar o poder do estado. Não é uma questão preto no branco, nem preto no vermelho. É importante a gente demilitar esses conceitos".
Já a portuguesa, que se denomina com posições políticas de esquerda, criticou a tentativa de independência do setor privado. "O privado se alimenta do fato do Estado investir em educação para todos, investir no transporte, na estrutura, na população", pontuou Mariana.

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