“Tenho hoje cinco monitores de computador e também uma câmera para gravar vídeos. Consigo, às vezes, dar a mesma aula para cinco alunos em cidades diferentes”, conta Ribeiro, que investiu cerca de R$ 8 mil na compra dos equipamentos e paga mensalmente R$ 450 em um plano de internet com alta velocidade. O professor não está sozinho nessa jornada de trabalho no ambiente doméstico. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que pelo menos 30 milhões de brasileiros trabalham no sistema de home office (escritório em casa). Boa parte dessas pessoas, com a evolução tecnológica, transformou suas casas em escritórios conectados e, ao contrário do que possa parecer, e fica bem conectada com os seus colegas de profissão.
Com o aumento da demanda desse tipo de público, surge a necessidade de investimentos em tecnologia. E as empresas do ramo apostam alto no desenvolvimento de novos produtos. No mercado, atualmente, existem até robôs que permitem que os funcionários se desloquem dentro das empresas mesmo estando em sua casa. O equipamento ainda não é vendido em larga escala comercial, mas promete ser uma revolução. “Esses robôs já estão sendo usados em empresas de tecnologia e têm barateado muito os custos de produção das companhias”, explica o administrador de empresas Valter Santana.
No setor de telefonia, essa semana, foi lançado o Oi Smart Office, que oferece controle de jornada e produtividade do colaborador em trabalho remoto, inclusive com uso de biometria para facilitar o controle do ponto que registra as horas trabalhadas.
O serviço oferece conexão com a rede corporativa, comunicação unificada (chat, voz, vídeo, conferência e compartilhamento de documentos) e aplicações corporativas em cloud como e-mail e sharepoint, que é o compartilhamento de arquivos para visualização simultânea por vários usuários.
Maurício Vergani, diretor da Unidade de Negócios B2B (Business to Business) da Oi, explica que a demanda por tecnologia em home office vem tanto das grandes empresas quanto das pequenas e médias. “A solução proporciona redução de custos para a companhia e aumento da satisfação do colaborador, reduzindo o absenteísmo e turnover. As empresas de call center são potenciais usuários da solução de gestão de trabalho remoto”, argumenta.
Conforto O gerente de projetos de Tecnologia da Informação, Júlio Muhana, 44, trabalha em casa há quatro anos e meio. “Quando estava perto da minha filha nascer, fiz o pedido para trabalhar no sistema de home office. Hoje, trabalho em casa e toda comunicação é feita por telefone e por um sistema interno da empresa, que ficam online e mantenho contato com os colegas. O meu portfólio de clientes é dos EUA, Índia e China. Já na empresa tenho quatro colegas em São Paulo, dois nos Estado Unidos (EUA) e dois na Índia”, conta o gerente. Ele explica que existem dois tipos de formas de trabalho em casa: home office, que a pessoa cria um ambiente de trabalho na própria casa, e mobile, que como o nome diz é móvel e que a pessoa pode trabalhar em casa ou no trabalho, escritório. Dentre as vantagens de trabalhar em casa, ele ressalta, sobretudo, a flexibilidade e economia de dinheiro em diversos aspectos de sua vida cotidiana. “Não preciso me vestir pra trabalhar, nem fazer barba, posso ter um horário mais flexível, ter mais conforto. Além disso, posso ficar mais tempo com a minha família e com minha filha. Posso vê-la crescer e de perto. Além disso economizo muito no estresse. Não tenho que pegar trânsito, por exemplo, e nem tenho custos indiretos que por ventura temos quando saímos de casa e somos atraídos por vitrines etc”, complementa. Dentre as desvantagens do trabalho em casa, ele cita a perda contatos e do networking. “Perdemos aquela coisa da interação e a visibilidade do que está acontecendo. Temos que ir atrás da informação, enquanto no trabalho a informação vem até você. Além disso, você não é visto, então fica estagnado na posição que você está. Esse é o grande problema, a falta de crescimento e de oportunidades pessoais. Você tem que ter um grande networking para que você seja reaproveitado, nesse caso, mas é muito difícil crescer no emprego quando trabalha em casa”, diz. montagem Para a analista de Recursos Humanos Vanessa Rios, trabalhar em casa requer cuidados e atenção. “É fundamental que haja uma organização do espaço de trabalho. O trabalhador tem que focar sua atenção nas tarefas da sua atividade profissional. É preciso evitar de desviar o foco para os trabalhos domésticos”, diz a especialista. Para Vanessa, é preciso criar um ambiente confortável e direcionado, exclusivamente, para a realização do seu trabalho. “O ideal é que não haja uma utilização do mesmo espaço para outra finalidade para que, mesmo estando em casa, o profissional entenda e crie rotinas como se estivesse no trabalho”.Veja também:
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