O Carnaval acabou, mas ficou para a Quarta-feira de Cinzas não só a ressaca da festa, mas também a dor de cabeça de quem extrapolou nos gastos. Esta, infelizmente, não dá para curar com um comprimido. Ainda assim, o CORREIO foi em busca do remédio para não deixar o folião no vermelho.
E vai ser preciso ter aquela mesma disposição de quem pulou atrás do trio, varou a madrugada no camarote ou aproveitou a pipoca, só que desta vez para cortar despesas, como afirma o educador financeiro da Coluna Carteira CORREIO, Edísio Freire. “Já que gastou não tem jeito. Agora é voltar a enxugar as despesas para poder recompor a receita e dar uma segurada nos próximos meses, se não quiser entrar no ciclo de endividamento”, recomenda.
A assistente administrativa Luiza Bonfim é uma das que vão precisar apertar o orçamento depois de ter gastado além do que podia no Carnaval. “Na verdade, eu vinha com as contas desorganizadas uns três meses antes do Carnaval, mas não podia deixar de curtir. Afinal, Carnaval é Carnaval, né? Joguei dois dias de bloco e um dia no camarote em 10 vezes no cartão”.
Luiza acabou gastando também muito com transporte para se deslocar até o circuito. “Fui e voltei de Uber todos os dias, com o aplicativo na tarifa dinâmica. Só aí foram mais R$ 300. Estou com a conta bancária negativa sem nem ter começado a pagar as contas do mês”.
Cura
No caso de Luiza, segundo o educador financeiro Angelo Guerreiro vai ser preciso não só segurar os gastos daqui para a frente, mas buscar também uma linha de crédito como um empréstimo pessoal ou consignado com taxas mais reduzidas a fim de conter esse buraco que ficou no orçamento.
“Será preciso revisar todas as despesas, enxugar ao máximo e colocar uma nova meta de redução. Essa sobra vai ser justamente a parcela de um empréstimo que ela precisa buscar com as menores taxas para conter esse rombo”, explica Guerreiro.
Para quem pensa em recorrer ao parcelamento da fatura ou ao cartão de crédito, vale repensar esta possibilidade, como acrescenta o educador financeiro Edísio Freire. “Só no cartão de crédito estamos falando de uma média de juro que pode chegar a 483% ao ano. É a linha mais cara que existe e o cheque especial vem logo em seguida. É importante ajustar e não deixar de pagar”, pontua.
Planejamento
E se a dica para não ter dor de cabeça com as contas após o Carnaval é se planejar, o engenheiro agrônomo Diego Carvalho é um bom exemplo disso. Ele gastou em torno de R$ 3,8 mil para sair em blocos e camarotes durante todos os dias de folia. “Eu venho me programando desde o meio do ano passado e terminei de pagar os blocos e camarotes em dezembro”, revela.
O planejamento não ficou restrito apenas ao pagamento antecipado. As despesas com alimentação, bebida e transporte entram na conta bem antes. “Eu me programei para sair de férias. Esse dinheiro eu acabei usando para ajudar nas despesas que tive na rua”.
Mas teve gente que resolveu cortar tudo para não cair em tentação e acabar metendo o pé na jaca. Com isso, só deu pipoca no Carnaval da professora Alana Moreira. “Fiz as contas e não dava para comprar bloco, coisa que sempre fiz nos outros anos. Melhor sair apenas na pipoca do que ficar com dívidas depois”, afirma.
Essa consciência, a professora aprendeu por experiência. No Carnaval do ano passado, ela aproveitou a festa nos blocos Nana Banana e Alerta Geral. “Foi de última hora, acabei comprando tudo perto do Carnaval”, diz. A farra acabou, mas a dívida ficou. A falta de planejamento acabou deixando a professora em maus lençóis. “Comprei na empolgação, não me planejei e acabei ficando endividada”.
Antecipação
A verdade é que a festa mal terminou e as lojas como a Central do Carnaval já abriram as vendas para a folia do ano que vem, com parcelamento em até 12 vezes no cartão de crédito sem juros ou 10 vezes no boleto. A promoção é válida até o dia 14 de abril.
Para aqueles que ficaram animados, antes de usar o cartão de crédito ou gerar o boleto, mais uma vez a dica é se planejar. “Comprar com antecedência vale a pena porque quando o Carnaval chegar, o volume maior de gastos estará pago”, ressalta o educador financeiro Edísio Freire.
Outra alternativa é fazer uma reserva mensal daqui até lá. “Isso vai deixar o seu dinheiro mais livre para que esses recursos sejam usados daqui a um ano da forma que quiser. Também possibilita aproveitar alguma promoção que possa surgir nesse período. É só destinar todo mês um valor para esta reserva”.
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Redação iBahia
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