Quem já está com o orçamento apertado com filhos na escola particular que se prepare. O ano de 2017 promete apertar ainda mais - por isso a palavra de ordem é economia. O CORREIO ouviu 20 estabelecimentos particulares de Salvador que afirmaram que já têm previsão de aumento para 2017. Destas, 10 estão com reajustes de 5 a 28% sobre a mensalidade atual. Outras 10, que ainda não fecharam os preços, estimam que o reajuste médio seja de 12%.
Para contornar a situação e evitar prejuízo, o educador financeiro Edval Landulfo afirma que, antes de tudo, os pais devem ter conhecimento do orçamento doméstico. “Ter consciência dos seus gastos é fundamental. Principalmente agora no final do ano. Algo que pode ajudar é guardar parte do 13º e economizar nos presentes para ter uma reserva”.
Outra alternativa é negociar descontos. “O ideal é fazer isso um pouco antes do período de matrícula para ter descontos maiores. Pagar o primeiro semestre ou o ano com antecedência pode render uma economia de 10% a 15%”.
Na conversa
Com dois filhos na escola particular e um orçamento apertado, a nutricionista Juliana Martins recorre ao diálogo para conseguir descontos com o colégio. Após negociar o valor, ela conseguiu diminuir R$ 400 da mensalidade de cada criança – que passou de R$ 1.300 para R$ 900.
“Em tempos de crise é o cliente quem manda. É importante conversar, ainda mais se você tem mais de um filho. Tento negociar tanto a mensalidade quanto as festinhas que são pagas por fora”, explica.
Por causa das vantagens, ela já confirmou a renovação da matrícula dos filhos para o ano que vem. “Eles me asseguraram que eu vou continuar tendo a mesma redução. Cheguei a pensar em colocá-los em uma escola mais barata, mas com o desconto os valores ficam iguais”, conclui.
Descontos
No Colégio Acadêmico, por exemplo, o desconto para membros da mesma família pode chegar a 50%. No Cândido Portinari, o segundo filho tem um abatimento de 10%, assim como quem pagar a anuidade no início do período letivo. Já no Centro Educacional Vitória Régia e no Colégio Batista Brasileiro, aqueles que pagam até o 5º dia útil do mês têm 5% de desconto.
A filha da servidora pública Márcia Fonseca foi colocada na escola no ano passado, quando tinha um ano e meio de idade. Como o marido ficou desempregado recentemente, a família ficou ainda mais atenta aos gastos para não entrar no vermelho.
“Fica mais puxado bancar a escola, mas é importante investir na educação. Tento pagar a mensalidade da escola até o 5º dia do mês para conseguir os 5% de desconto que eles oferecem para quem se adianta. Com essa quantia já podemos pagar outras coisas”, conta ela.
Economia doméstica
Para pagar as mensalidades sem preocupação, além de muita conversa, é necessário pensar nas economias que podem ser feitas ainda em casa. Estes cortes podem ser feitos dentro de casa. “Pagar por um pacote de televisão a cabo com diversos canais, por exemplo, é desnecessário. Outras coisas que podem ser manejadas são os gastos com saídas, serviços adicionais e atividades extras”, diz Landulfo.
É exatamente por isso que é importante estar preparado para qualquer circunstância. “Do jeito que a economia está, os produtos e serviços estão cada vez mais caros. As pessoas têm dificuldade de economizar porque têm medo de perder o status. Mas é preciso se adaptar, e isso só vai acontecer por meio de pequenos ajustes financeiros”, fala o educador financeiro.
Ele destaca ainda a importância de considerar todas as mudanças de valores e colocá-las na ponta do lápis para ver se isso cabe ou não no orçamento. “O peso da escola nas despesas familiares já é muito alto normalmente. Agora imagina uma criança que muda do fundamental para o ensino médio. O valor é muito significativo. Então, o acréscimo não é só o do reajuste, é a variação das séries. A sensação é de 2 aumentos”.
Segundo ele, o reajuste e a variação de preço de uma série para a outra podem chegar, juntos, a 30%. "Daí a importância de calcular o valor anual das coisas, e não o mensal. É quando você multiplica uma coisa por 12 que você percebe o quão cara ela é", conclui o educador financeiro.
Dica da semana: Economias escolares
Carona solidária Por que não conversar com pai de coleguinhas e vizinhos que estudam na mesma escola? A carona pode reduzir muito os gastos com o transporte.
Esportes Muitos condomínios hoje contam com estruturas de lazer e esportes como quadras, parques e piscinas. Antes de pagar esta atividade extra, verifique se no próprio condomínio tem algum profissional que realiza estas atividades por lá, ou junte-se a outros pais e tente montar um grupo. Com certeza, o valor sairá mais em conta.
Lazer Com a grana apertada, vale trocar os R$ 100 gastos nos passeis no shopping por um piquenique no parque ou um dia na praia.
Lanche na escola Levar a merenda de casa vai ser sempre mais barato do que comprar o lanche na escola. Diversifique as opções e economize com esta estratégia também.
Mesada A gente sabe que é bom e todo mundo gosta. Mas é importante usar isso para estimular a educação financeira nas crianças. Ensine à meninada a administrar este recurso. O “porquinho” de moedas é outra boa ideia para despertar este equilíbrio financeiro desde cedo.
Conversa É preciso conversar abertamente sobre dinheiro e orçamento com a família, inclusive as crianças. Todo mundo precisa saber até onde vai a capacidade de gasto, planejar junto onde é preciso economizar, e o que pode ser feito por todos.
Reaproveitamento Existem materiais escolares, como a mochila, por exemplo, em que a vida útil não termina com um ano de uso. Converse sempre com os filhos sobre a real necessidade de se adquirir um material novo quando o atual ainda está em boas condições.
Livros Com o fim do ano letivo e abertura da temporada de matrículas para o ano que vem, fique atento às feiras e encontros de trocas de livros. O custo com este material pode também reduzir bastante desta forma.
*Colaboraram Juliana Montanha e Renata Drews, esta última da 11ª turma do programa Correio de Futuro.
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Redação iBahia
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