Um livro lançado nesta semana aponta que a saúde mental é o maior problema dos professores da rede pública e privada do Brasil. Depois, segundo a pesquisa, aparecem os distúrbios de voz e os distúrbios osteomusculares (lesões nos músculos, tendões ou articulações).
O livro "Precarização, Adoecimento & Caminhos para a Mudança. Trabalho e saúde dos Professores", foi lançado pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), em São Paulo, durante um seminário.
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Na ocasião, os pesquisadores apontaram que, seja na rede pública ou na rede privada, os professores sofrem de um mesmo conjunto de males ou doenças, em que há predomínio dos distúrbios mentais tais como síndrome de burnout, estresse e depressão.
Segundo a professora do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Frida Fischer, entre os principais problemas enfrentados por professores no trabalho está a perda de voz, a perda auditiva, os distúrbios osteomusculares e, mais recentemente, as doenças mentais, que são as principais causas de afastamentos.
A violência também é outro problema que agravou a saúde dos professores, de acordo com Renata Paparelli, psicóloga e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
Segundo ela, o adoecimento dos professores pode ser resultado de três tipos de violência: a física, como as agressões e tapas; as ameaças; e também as resultantes de uma atividade psicossocial cotidiana, como os assédios, por exemplo, relacionados à gestão escolar. Além disso, destaca, há também os episódios de ataques contra as escolas.
De acordo com a psicóloga, as consequências dessas violências podem resultar tanto em um problema físico, tais como uma lombalgia ou lesão, quanto em uma doença relacionada a um transtorno de estresse pós-traumático.
Além da violência, a falta de recursos ou de condições apropriadas também contribui para que o professor adoeça. Isso, por exemplo, está relacionado não só à infraestrutura da escola como também aos baixos salários, jornadas excessivas e até a quantidade de alunos por salas de aula.
Para Solange Aparecida Benedeti Penha, secretária de assuntos relativos à saúde do trabalhador da Apeoesp, parte desses problemas podem ser resolvidos com o fortalecimento das denúncias e também por meio de negociações entre os sindicatos e os governos.
Já o tecnologista da Fundacentro, Jeffeson Peixoto da Silva, diz que a principal conclusão do livro é que todas essas questões demonstram que é necessário que sejam pensadas políticas públicas voltadas também para o bem-estar dos professores.
Ainda segundo ele, medidas pontuais podem beneficiar alguns, mas o Brasil tem um número muito grande de professores, mais de 2 milhões, que vivem em regiões e situações diferentes, então as políticas públicas seriam aquelas capazes de abranger toda essa necessidade.
Redação iBahia | Agência Brasil
Redação iBahia | Agência Brasil
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