Estudar nos Estados Unidos através de bolsa de estudo parecia um sonho distante até pouco tempo para alunos brasileiros, mas o cenário tem mudado graças ao auxílio que agências especializadas em assessorar estudantes em processos seletivos de universidades americanas estão desenvolvendo.
Muitas delas gratuitas, essas empresas recebem jovens interessados em ingressar em instituições de ensino que fazem parte da ‘Ivy League’, seleto grupo formado por oito das mais respeitadas universidades dos EUA, formado por Harvard, Princeton, Brown, Columbia, Cornell, Universidade da Pensilvânia, Yale e Dartmouth.
De acordo com Giovanna Correa de Castro, Diretora de Programas Pré-Universitários BRASA, que prepara estudantes para iniciar uma graduação no Exterior, o primeiro passo para quem quer fazer faculdade nos Estados Unidos é manter boas notas durante todo o Ensino Médio, já que o sistema de avaliação americano analisa os três anos anteriores ao ingresso em uma universidade.
— É importante se envolver com atividades extracurriculares, como esportes, música, dança, pesquisa, trabalhos voluntários, olimpíadas, entre outras. Em vez de fazer um pouco de tudo, é mais interessante buscar atividades em que o aluno seja realmente interessado e que permita desenvolver habilidades que demonstrem como ele agregará algo de único em sua vida universitária.
A partir disso, o próximo passo é iniciar uma pesquisa sobre as universidades norte-americanas, identificando aquelas que se destacam nas áreas de interesse dos candidatos, e, então, se preparar para a realização das avaliações ‘ Test of English as a Foreign Language’ (TOEFL), que analisa a proficiência da língua inglesa, e ‘Scholastic Assessment Test’ (SAT), utilizado por diversas universidades americanas, que funciona como uma espécie de Enem, em que o aluno será avaliado nas disciplinas de Matemática, Interpretação de Texto e Redação.
Como o processo de inscrição é todo online (Common Application), o estudante precisará preencher cadastros, inserir dados de desempenho acadêmico, escrever redações para serem avaliadas, além de incluir cartas de professores e coordenadores contando sobre a performance do aluno em questão. Segundo Giovanna, o ideal é que o aluno comece a pedir cartas recomendação ainda no primeiro semestre do terceiro ano, uma forma de agilizar todo o processo e não ficar sobrecarregado no final do ano. Vale lembrar que o Commom Application é um sistema único que permite o envio da inscrição para cerca de 500 universidades.
— No início do segundo semestre, as universidades norte-americanas divulgam os temas dos ensaios a serem escritos pelos candidatos como parte da application. Essa é a oportunidade de os alunos escreverem sobre suas trajetórias pessoais, interesses e sonhos. Como no Brasil, em geral, não estamos acostumados a escrever textos de autoconhecimento, é importante começar a trabalhar esse tipo de redação o quanto antes como forma de treino.
Outras etapas da inscrição incluem o preenchimento dos formulários de ajuda financeira, e algumas universidades podem optar por fazer uma entrevista virtual ou presencial. As bolsas podem ser por mérito, por falta de possibilidade de pagar pelos estudos ou por mérito esportivo. Nesse caso, os candidatos esportistas devem enviar um vídeo com os melhores momentos durante uma partida ou prática do esporte escolhido, além do contato do técnico.
História de Sucesso
Filho de pai professor e mãe dona de casa, João Henrique Vogel, de 24 anos, viu sua vida mudar em 2012, quando foi aceito em Harvard com bolsa integral. Naquele ano, foi um dos três brasileiros a serem aceitos na universidade. Só no TOEFL, João fez 104 pontos de um total de 120. Na instituição, o jovem cursou Sociologia, Economia e Francês. Veja as dicas que ele gravou para os leitores do EXTRA que desejam cursar uma universidade nos Estados Unidos:
— Estudei Sociologia com foco secundário em Economia. O Francês veio naturalmente. Eu queria aproveitar a infraestrutura da universidade para me tornar fluente em um quarto idioma e o Francês parecia ser uma das opções com mais relevância internacional. Nos EUA, o seu curso principal de graduação chama-se Major (em Harvard Concentration) e os cursos complementares chamam-se Minors (em Harvard Secondary Fields). Fiz Sociologia como Major, Economia e Francês como Minors. Tem gente que faz mais de um Major também. Tudo acontece ao mesmo tempo, dentro de 8 semestres.
Para João, Harvard é a universidade mais generosa com bolsas dos EUA, já que conta com uma política de bolsas baseada em necessidade. Todo estudante cuja família tenha uma renda menor que 65 mil dólares ao ano recebe bolsa integral automaticamente, o que inclui alimentação e moradia. Ainda assim, o jovem teve que trabalhar em torno de 20 horas semanais durante os 4 anos de graduação para pagar o custo de vida nos Estados Unidos.
Ao terminar os estudos em Harvard, em 2016, o jovem trabalhou com finanças corporativas por dois anos em Chicago. Há três meses de volta ao Brasil, o ex-morador do Rio escolheu São Paulo para fundar uma startup de saúde e tecnologia.
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Redação iBahia
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