Pequenas perdas de memória são comuns no dia a dia. Esquecer onde deixou as chaves, o nome do filme preferido ou o lugar onde almoçou na última semana são deslizes que fazem parte da rotina da maioria da população, especialmente na terceira idade. No entanto, quando os esquecimentos se tornam algo frequente, inclusive já a partir dos 50 anos, eles podem se transformar em um problema e até mesmo ameaçar a saúde dos indivíduos.
De acordo com pesquisa conduzida pela Conectaí, solicitada pela Sanofi, dois em cada cinco brasileiros acima dos 50 anos sofrem com a falta de memória pelo menos uma vez por semana. Das 1.168 pessoas entrevistadas, cerca de 33% têm esquecimentos que representam algum risco, como, deixar de tomar remédios de uso contínuo. Segundo a neurologista Jackeline Barbosa, esse número é considerável e gera preocupação.
— A memória é uma função fisiológica que não deveria ser tão afetada nessa faixa etária, apesar da diminuição dos neurotransmissores comuns com o avanço da idade — diz a especialista.
Pacientes do sexo feminino são mais afetadas com a ausência de lembranças. Segundo dados do estudo, metade das mulheres que responderam à pesquisa disse se sentir prejudicada pelos esquecimentos. Por outro lado, 56% dos homens acreditam que os eventos de lapso são normais.
Apesar dos incômodos que os esquecimentos podem trazer, grande parte dos pacientes não procura médicos. O levantamento aponta que 75% das pessoas consideram a falta de memória um processo natural do envelhecimento e julgam que não precisam de acompanhamento de especialistas.
Os homens são ainda mais resistentes a tratamentos. Mais de 50% deles acimas de 60 anos não cogitam conversar com médicos sobre o assunto, enquanto 47% das mulheres acham que o problema não incomoda tanto a ponto de falar com o médico.
Mesmo com a resistência inicial, 68% dos que se submeteram a intervenções médicas perceberam melhora. Dentre eles, 74% tiveram percepção de eficiência ainda maior com o uso de remédios.
— O acompanhamento e tratamento médico sempre deve ser considerado. Dependendo da causa, os esquecimentos podem ser, inclusive, reversíveis— destaca Jackeline.
Principais causas
Entre os diagnósticos mais comuns para a perda de memória, o estresse e excesso de atividades são as principais causas apontadas na pesquisa. Mais de 50% das pessoas com 50 anos ou mais começaram a perceber lapsos após grandes desgastes emocionais ou físicos.
Já 30% apresentaram a falta de lembrança em decorrência do envelhecimento natural. Transtornos de humor, como ansiedade e depressão, por exemplo, são a principal causa dos problemas de memória para 19% dos entrevistados. Outros sintomas também foram mencionados, como, a menopausa (13%), alterações metabólicas e hormonais (13%) e déficit de atenção (11%).
Frequência
Grande parte dos entrevistados com mais de 60 anos não consegue definir a frequência certa com que tem episódios de esquecimentos (37%). Cerca de 12% dos adultos entre 50 e 59 anos sofrem com a falta de memória diariamente, enquanto 20% passam por isso de duas a três vezes por semana, e 10% têm lapsos pelo menos uma vez a cada sete dias. A maioria deles criou métodos para diminuir estes eventos que incluem desde produzir listas, fazer anotações e guardar as coisas sempre no mesmo lugar até mesmo tirar fotos para ajudar na lembrança de coisas importantes.
Consequências
Os episódios de esquecimentos constantes podem gerar aborrecimentos. A irritação é o mais frequente entre eles, tendo sido mencionada por 26% dos entrevistados. Já 25% das pessoas se sentem envelhecidas, 24% admitem ter medo de que possa ser sinal de algo mais grave, e 23% se preocupam com possíveis consequências e riscos. Ficar constrangido ou com vergonha de outras pessoas é o principal temor de 11% dos pesquisados.
Tratamento
Medicamentos podem auxiliar no tratamento de distúrbios de memória, quando receitados por um médico.
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Redação iBahia
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