Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) revelaram, em estudo feito em 2023, que o número de fumantes passivos - ou seja, pessoas que convivem com pelo menos um fumante - é de 4,2 em Salvador, nos ambientes domésticos. Quando se fala de locais de trabalho, esse número aumenta para 6,8% na capital baiana.
Nesta sexta-feira (17), Dia do Não Fumante, relembra-se os perigos do tabagismo para fumantes ativos e, em especial, passivos. Apesar de se manter no ranking das 5 capitais brasileiras com menor porcentagem de fumantes adultos, o número de pessoas que fumam aumentou para 7,1% em Salvador neste ano. Em 2019, este valor era de 5,4%.
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O tabagismo segue sendo uma das principais causas de mortes evitáveis no Brasil e no mundo. Além da dependência química para pessoas que consomem o tabaco diretamente, as outras toxinas que compõem os cigarros são nocivas para os fumantes passivos que também podem sofrer consequências ao respirar a fumaça.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a fumaça do tabaco possui mais de 7.000 compostos e substâncias químicas, das quais 69 causam câncer. Além disso, a fumaça que sai da ponta do cigarro se difunde homogeneamente nos ambientes e contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a inalada diretamente pelo fumante.
Mitos e verdades sobre tabagismo passivo
Apesar do tabagismo ser causa líder de mortes evitáveis no mundo até hoje, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há muitas confusões sobre os efeitos do tabaco na vida dos fumantes passivos. Confira abaixo alguns mitos sobre o tabagismo passivo e o que dizem os pesquisadores:
1. Fumo passivo causa câncer no pulmão mas não afeta outros órgãos
Segundo o Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), evidências crescentes apontam que o tabagismo passivo pode aumentar, entre pessoas que não fumam, o risco de cânceres, como: do seio nasal, garganta, laringe e mamas. Além disso, a fumaça influencia os sintomas respiratórios de longo e curto prazo, assim como a perda de função nos pulmões e doença pulmonar obstrutiva crônica.
2. Restringir o fumo a uma parte da casa as outras pessoas não serão afetadas
Filtrar o ar, abrir janelas e restringir o local de fumo para um cômodo da casa não são eficazes para evitar a dispersão da fumaça. Isso acontece porque a fumaça do tabaco se difunde bem pelo ambiente. Ainda segundo o GBOT, o ato de fumar deve ser feito ao ar livre.
3. A fumaça não afeta a saúde do feto
Expor mulheres grávidas à fumaça do tabaco é um risco para os bebês que podem desenvolver defeitos cardíacos. Além disso, a fumaça do tabaco afeta o crescimento e desenvolvimento do feto.
De acordo com o GBOT, os problemas cardíacos congênitos são a principal causa de morte fetal e afetam 8 em cada mil bebês nascidos em todo o mundo.
Ainda segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), bebês e crianças estão mais suscetíveis apo tabagismo passivo. Esse grupo corre um risco aumentado de desenvolver doenças respiratórias, além da doença do ouvido médio e a síndrome da morte súbita infantil.
O órgão também alerta que não há "nível seguro" de exposição ao tabagismo e que a única maneira de proteger adequadamente tanto fumantes, quanto não fumantes é eliminar completamente o tabagismo em ambientes fechados.
*Sob supervisão da editora Mayra Lopes
Iamany Santos
Iamany Santos
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