Se por um lado a cirurgia bariátrica pode melhorar a saúde e a autoestima do paciente, por outro é preciso ficar atendo ao risco de deficiência nutricional, já que a redução do estômago impacta diretamente na absorção. Como consequência da diminuição brusca da disponibilidade de proteínas, vitaminas (E, C e complexo B principalmente) e minerais (como zinco e selênio), muitos pacientes sentem alterações na pele, que fica mais seca; nas unhas, que se tornam quebradiças; no cabelo, que apresenta queda. É possível, porém, evitar esses sintomas ou tratá-los. Tudo começa no período pré-operatório, seguindo a orientação dietética de um nutricionista. Já depois da cirurgia, o paciente deve ser orientado a ingerir uma suplementação de vitaminas e oligoelementos, importantes para a recuperação dos tecidos afetados. O farmacêutico e presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Ademir Valério, afirma que qualquer ingestão de produtos por esses pacientes precisa ser prescrita pelo médico ou nutricionista e os suplementos são preparados individualmente nas farmácias de manipulação. "A cirurgia bariátrica altera o equilíbrio do organismo de forma diferente em cada pessoa. Por isso, as dosagens e os nutrientes devem ser formulados caso a caso", diz. Ele explica que, devido às alterações físicas do trato digestivo, pode ser necessário manipular os suplementos em formas farmacêuticas alternativas (líquidos concentrados, cápsulas com tamanho reduzido, por exemplo), dependendo da tolerância do paciente, e sempre com foco em garantir a melhor absorção. Isso porque, com a redução do estômago, o pH gástrico tende a ficar mais alcalino, o que reflete na absorção de produtos solúveis em meio ácido e na desintegração de produtos de liberação entérica. Como a área de superfície do trato gastrointestinal diminui, ocorre também uma redução na biodisponibilidade de substâncias que são absorvidas nas regiões iniciais do intestino. Baixa absorção traz riscos A carência de nutrientes pode ir além da dermatologia. A deficiência de cálcio pode levar à osteoporose. A carência de ferro e folatos, à anemia. A ingestão inadequada de proteínas, à deterioração muscular. A falta de tiamina (vitamina B1) afeta o coração, o sistema digestivo e o sistema nervoso. Cegueira noturna e risco de infecções graves decorrem da baixa concentração de vitamina A. Já a deficiência de B12 causa fadiga, formigamento nas mãos e, eventualmente, distúrbios neurológicos e anemia. Sem vitamina D, podem ocorrer distúrbios do fígado e rins e doenças ósseas. A falta da vitamina E pode causar problemas neurológicos, anemia e dificuldade na cicatrização.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade