Dizer que o amor faz bem ao coração não é só uma metáfora romântica. Há também comprovação científica. Os benefícios, aliás, não se restringem aos cardíacos. No Dia dos Namorados, médicos explicam que estar apaixonado diminui o estresse e a ansiedade, aumenta a imunidade e pode até ajudar na cura de doenças. Os efeitos no organismo variam de acordo com os estágios do relacionamento. "A paixão, principalmente a eufórica, do início, pode até diminuir problemas do coração, já que causa uma maior circulação sanguínea e provoca uma limpeza nos vasos, diminuindo a oxidação das células", explica Lígia Brito, clínica geral do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos. Na hora do beijo e do sexo, as vantagens também são muitas, diz a médica: "É quase como se estivéssemos fazendo uma atividade física, pois o coração bate mais rápido e mexemos vários músculos. Durante a relação, o organismo ainda produz grande quantidade de anticorpos no sangue", esclarece Lígia, que diz ainda que, pelos olhos, dá para ver se alguém está apaixonado: "A íris, que é a parte colorida do olho, quase não aparece devido à dilatação da pupila.
A sensação de ter “borboletas” no estômago também é conhecida pelos apaixonados. Para a psicóloga Susi Andrade, do Hospital e Maternidade São Cristóvão, em São Paulo, isso é sinal de ansiedade em querer ver o parceiro: "dá impressão de saciedade mesmo sem ter comido. Neste estado, boa parte da atenção é desviada para pensamentos no amado e os apaixonados costumam viver com a 'cabeça nas nuvens'".
Os efeitos da estabilidade na relaçãoO relacionamento da professora de educação física Paula Mayworm, de 26 anos, e Jorge Lucas, da mesma idade, começou há seis anos, quando o casal se conheceu na universidade. Para ela, a maior vantagem da estabilidade de uma relação é aprender com as diferenças do parceiro: "Claro que a paixão do início do namoro é uma delícia, mas a vantagem de estar num relacionamento maduro é aceitar que seu parceiro não tem as mesmas vontades que você", diz Paula, que acha que um dos segredos para a duração do namoro é o bom-humor: "Uma das nossas qualidades é fazer brincadeira, tratar os problemas com leveza. Também gostamos de fazer atividades que fogem da rotina, como viajar num fim de semana ou fazer uma trilha pelo Rio mesmo".
Com o amadurecimento da relação, os hormônios ficam mais estáveis, e o organismo, relaxado, explicam os médicos. Embora os efeitos benéficos da euforia sejam deixados de lado, nessa fase as pessoas apaixonadas preocupam-se em não ficar doentes e visitam mais os médicos — muitas vezes, o “empurrãozinho” para cuidar da saúde parte até dos parceiros. "O amor faz com que a vida se torne mais interessante e, por isso, a pessoa apaixonada pode descobrir um motivo ainda mais forte para se cuidar e estar sempre ao lado de quem gosta" diz a psiquiatra do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Lina Rosa.
Se casais estáveis tendem a se preocupar mais com a saúde, por que, então, muitos deles engordam? O aumento do peso pode estar ligado a costumes adquiridos durante o tempo de relação: "O relacionamento a dois pode criar alguns hábitos alimentares problemáticos, como excessivo consumo de fast food, refrigerantes e bebidas alcoólicas, programas caseiros e idas constantes a restaurantes, por exemplo", explica o endocrinologista Francisco Tostes, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Para o médico, a melhor forma de driblar esse problema é emagrecendo junto: "O parceiro tem fundamental importância na adesão às mudanças de hábitos de vida dos meus pacientes. Este estímulo seria maior ainda se ambos vivessem a mesma rotina. Muitos casais conseguem ter uma vida ativa com exercícios e alimentação saudável. O estímulo tem que vir das duas partes para ter sucesso".
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Redação iBahia
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