O Ministério Público da Bahia realizará na próxima segunda-feira (2) uma audiência pública, em Salvador, para debater as políticas de enfrentamento aos índices de letalidade policial no estado.
Somente neste mês, foram 68 mortes em ações policiais, conforme aponta levantamento feito pelo g1. O caso mais recente, até esta publicação, foi uma operação ocorrida em Santo Amaro, no Recôncavo da Bahia, que terminou com 4 mortos.
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A audiência será a partir das 14h, na sede do MP-BA, no bairro de Nazaré, centro da capital baiana. O público terá acesso a partir das 13h até a lotação do espaço. Mais informações podem ser adquiridas no edital.
Os interessados em acompanhar o encontro presencialmente, deverão apresentar um documento oficial com foto no local de entrada.
A audiência tem o objetivo de aproximar a administração pública de representantes da sociedade civil para criação coletiva de soluções e medidas de enfretamento à letalidade policial no estado, por meio do Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública, Defensoria Pública do Estado da Bahia e Conselho Estadual de Proteção aos Direitos Humanos.
Durante as últimas semanas a população baiana tem presenciado cada vez mais o aumento da violência no estado. Segundo informou o MP-BA, atualmente, a Bahia ultrapassa o Rio de Janeiro e outras estados brasileiros em número de pessoas mortas por policiais, e se tornou o estado com a polícia mais letal do Brasil.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que, no ano de 2022, foram notificadas 1.464 mortes durante operações policiais em Salvador e na região metropolitana.
Informações do Instituto Fogo Cruzado, uma das organizações envolvidas na mobilização da audiência pública, reforçam essa escalada da violência.
“É com base nesses dados e em relatos de cidadãos denunciando abusos e violações de direitos humanos durante operações com a participação de agentes de segurança do Estado, ou em conflitos com grupos armados, que estamos convocando a todos para participar desta audiência pública", comentou Belle Damasceno, pesquisadora da Iniciativa Negra e vice-presidente do Conselho Estadual de Proteção aos Direitos Humanos do Estado da Bahia.
"Não podemos assistir passivamente às mortes de crianças e idosos, territórios sendo violentados, escolas sendo fechadas, e a morte sendo o desfecho das grandes operações que, baseadas no confronto, deixam de lado políticas públicas de prevenção e políticas que de fato contribuem para a manutenção da vida, como as políticas de cultura, saúde, educação, emprego e renda", concluiu.
Redação iBahia
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