O corpo do menino de 4 anos que morreu depois que o apartamento onde morava pegou fogo, na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), passará por um exame de DNA.
De acordo com a família de Samuel Borges de Abreu, o teste será feito para identificar formalmente a vítima, porque as queimaduras impossibilitaram a identificação por digitais e também não foi possível pela arcada dentária.
Leia também:
O exame está marcado para a segunda-feira (22), com amostras do DNA da mãe da criança. Caso o resultado saia a tempo, o corpo deve ser velado e sepultado no mesmo dia. Os familiares estão organizando a despedida.
O pai de Samuel, que chegou a tentar resgatar ele, segue internado no Hospital Geral do Estado (HGE), sem previsão de alta. Renato Abreu estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas passou para um leito neste sábado (20).
O incêndio aconteceu na madrugada de sexta-feira (19). Além de Samuel, um irmão dele, de 6 anos, também estava no imóvel. Os dois dormiam em um dos quartos. O menino foi salvo pelo pai, que não conseguiu voltar para buscar o outro filho.
A família morava um dos prédios do condomínio residencial Santo Amaro de Ipitanga, localizado na Avenida Progresso. A habitação foi entregue há pouco mais de 2 anos, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida.
O Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA) informou que quando uma equipe da corporação chegou ao local, o incêndio já tinha sido debelado por moradores. Os bombeiros informaram que encontraram Samuel morto dentro do quarto. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado e fez a remoção do corpo.
As circunstâncias do acidente ainda são desconhecidas. Segundo informações publicadas pelo g1, os moradores afirmaram que alguns dos apartamentos do condomínio apresentaram problemas com instalações elétricas nos últimos meses.
"Disseram que foi problema com o ventilador, mas eu não sei. O hidrante não tinha uma gota de água, como é que ia apagar? O pessoal foi nas casas, encheu baldes, pegou extintores e conseguiu apagar o fogo", disse uma vizinha da família.
"Quando os bombeiros chegaram, não adiantava mais, porque a gente já tinha apagado. Mesmo assim a criança morreu. Para mim foi por conta dos fios, mas não sei", acrescentou.
O capitão do Corpo de Bombeiros, identificado como Góes em entrevista à TV Bahia, disse que vistoriou o prédio e encontrou todos equipamentos de segurança. No entanto, as caixas de água dos hidrantes de todos os pavimentos estavam vazias.
"Para que ter hidrante, se não tinha água? Se tivesse, a gente tinha apagado mais rápido e a criança não tinha morrido", lamentou uma vizinha da família.
Ainda de acordo com o capitão Góes, além de vazias, as caixas de água dos hidrantes também estavam sem mangueiras e chaves. "Conversando com os moradores, eles relataram que não teve nenhum treinamento para usar esses equipamentos. Então, de nada adianta ter a instalação preventiva no prédio e os moradores não saberem utilizar", afirmou o militar.
Um dos moradores do prédio também afirmou para o Corpo de Bombeiros que o alarme de incêndio não foi acionado.
Ainda segundo informações da corporação, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) estava vencido desde 2022.
O Corpo de Bombeiros notificou o condomínio para realizar as devidas adequações em um prazo de 30 dias. Vale pontuar que o Corpo de Bombeiros não informou o que acontece com o condomínio caso o prazo não seja cumprido.
Alan Oliveira
Alan Oliveira
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!