Uma amiga do Rafael Castro, morto esfaqueado pela companheira na segunda-feira (9), em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, deu detalhes do relacionamento dos dois. Segundo a testemunha, que não quis ser identificada, a suspeita afirmava que só deixaria o empresário caso ele desse uma casa para ela.
"Enquanto estava com escoriações, lesões, ele sumia, só falava com a gente por WhatsApp. Quando ele aparecia já com as marcas. Quando ele não conseguiu mais esconder, ele começou a informar o que estava acontecendo. Aí mostrava as fotos, porque ele registrava tudo. Ele não reagia, por ameaça. Ela disse que ele só se separaria dela, se ele desse uma casa dela. Então, a gente não sabia se era por bens ou se era mesmo a violência que já vivia nela.", disse a amiga, que não quis ser identificada, em entrevista para a TV Bahia.
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O corpo de Rafael Castro foi encontrado às margens da BA-526, na segunda-feira (9). De acordo com amigos de Rafael Cruz de Castro, ele era dono de uma empresa provedora de internet. Ele estaria separado da suspeita há cerca de 30 dias. Antes disso, os dois moravam juntos no Bairro da Paz, em Salvador. Após o término, a vítima passou a ficar na casa da mãe.
Amigos da vítima e a ex-namorada afirmam que antes do crime, Rafael chegou a ser esfaqueado ouras vezes. No dia do crime, eles se encontraram e tiveram uma discussão dentro do carro do empresário.
Rafael Cruz de Castro foi golpeado com várias facadas. Ele chegou a tentar fugir, mas morreu no meio da rodovia, próximo de uma loja.
Em nota, a Polícia Civil informou que o crime está sendo investigado pela 22ª Delegacia Territorial (DT) de Simões Filho. A previsão é de que o corpo de Rafael da Cruz seja sepultado nesta quarta-feira (11), por volta de 15h, no Cemitério Municipal de Portão, em Lauro de Freitas.
Relacionamento abusivo
A ex-namorada de Rafael Castro relatou que a vítima já tinha sido agredida da mesma forma antes do crime.
Thais Oliveira namorou com Rafael poucos meses antes dele conhecer a suspeita de cometer o crime. Para a produção da TV Bahia, ela relatou que os dois se conheciam há mais de 10 anos.
"Conheço Rafael há mais de 10 anos. Muito mais do que uma das ex-namoradas dele eu sou amiga. Eu conheci o Rafael em 2010, eu prestava serviço para uma operadora de telecomunicação e foi assim que a gente se conheceu. Rafa era um rapaz que estava na faculdade de TI, ainda começando o negócio dele e assim nasceu a nossa amizade", começou Thais.
Segundo ela, durante todo o tempo em que os dois foram amigos, Rafael sempre falou as agressões e também relatos sobre ciúmes.
"Assim que nós terminamos, ele começou a se relacionar com essa moça. E ele já começou a me contar muitas coisas que acontecia. E primeiro era aquela coisa, de ciúmes, stalkear perfis. [.... Ela já chegou a mandar mensagem pra minha irmã, porque minha irmã tratava Rafael como cunhado. Então eu preferia não ter contato por rede social", conta.
Ainda de acordo com Thais, todas as vezes que eles se encontravam Rafael se queixava e, depois de alguns anos, ele chegou a falar que a suspeita jogou uma cafeteira nele.
"Depois de uns anos, começou a vir as queixas das agressões. Que ela agredia ele, ia pra cima dele, batia nele. Na pandemia, acho que 2020, nós nos encontramos pra almoçar e ele estava com o braço cortado. Ele me falou que ela jogou uma cafeteira nele, cortou o braço e eu sempre alertava 'sai dessa', 'esquece essa mulher'", relatou.
Um outro amigo da vítima, que não quis ser identificado, também confirma a versão dada por Thais, e diz que também recebeu fotos e mensagens em que Rafael falava sobre ter sido esfaqueado outras vezes.
"Rafa sempre me escrevia, sempre falava do que estava acontecendo com ele, sobre as agressões. Sempre me pedia ajuda pra vir pra minha casa. Ele queria estar longe de todo esse problema, ele só queria construir uma família, né?", disse o amigo.
"Há dois anos e meio ele já sofria isso. Ela já tentou esfaquear ele outras vezes, não foi a primeira vez, tem foto. Ele sempre mandou foto de quando ela agredia ele e não fazia nada. Ele só queria viver em paz. O cara do bem, sempre pediu ajuda a isso e todo mundo achava que era brincadeira. Não pode levar essas coisas como brincadeira", contou, acrescentando que dias antes de Rafael ser morto, ele chegou a ficar alguns dias na casa dele.
Redação iBahia
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