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NOVELAS

O Tempo Não Para termina hoje após cumprir papel e fazer crítica

Com leveza, a novela das sete tocou em feridas que insistem em permanecer abertas, como a corrupção e o racismo

Redação iBahia • 28/01/2019 às 12:13 • Atualizada em 28/08/2022 às 2:25 - há XX semanas

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O convite que o autor Mário Teixeira fez ao público quando “O Tempo Não Para” estreou, em 31 de julho, era para uma viagem ao passado sem tirar os pés do presente. Passaporte carimbado, a família Sabino desembarcou na São Paulo de 2018 após 132 anos de congelamento. E, a partir do momento em que os nascidos no século 19 abriram os olhos, um mundo novo se abriu. Mundo novo? Nem tanto. Tecnologicamente, ficou claro que nada mais era como antigamente.
Foto: Divulgação
Mas em relação à política e a certos comportamentos da sociedade, era evidente que poucas transformações tinham ocorrido. Com leveza, a novela das sete tocou em feridas que insistem em permanecer abertas, como a corrupção e o racismo. Na história que chega ao fim hoje, Dom Sabino (Edson Celulari) não escondeu, por exemplo, a sua indignação ao ver Eliseu (Milton Gonçalves), catador de material reciclável, empurrando um carroça e questionou os benefícios da república, que permanece cobrando altos impostos da população, extamente como acontecia no Brasil imperial.
— Quisemos levantar a questão da ética e do inconformismo dos personagens “congelados” em relação às injustiças de hoje em dia. Conseguimos lançar luz sobre uma série de coisas, às vezes óbvias, que, por conta da correria dos nossos dias, passam despercebidas e que são tão importantes. O ser humano não muda. Ele pode enferrujar ou melhorar com o tempo, mas isso depende de cada um. Conhecer o passado faz com que possamos construir um futuro melhor — aposta o autor da trama.
Intérprete de Marocas, Juliana Paiva acredita que a mocinha de “O tempo não para” cumpriu bem o papel de dizer “não” ao conformismo.
— Marocas mostrava, junto com sua família, como a gente pode questionar o que está errado e não simplesmente aceitar. Se está errado, a gente tem que discutir e fazer mudar. Mas sempre com muito amor! — frisa a atriz.
Luiz Fernando Guimarães, que deu vida a Amadeu, lamenta a fase atual do país, mas tem consciência de que tudo muda o tempo todo no mundo:
— Estamos num momento ruim. Está tudo errado. A situação muda a todo instante, às vezes para melhor, às vezes para pior. Fiquei muito feliz em fazer parte dessa novela. Foi um grande sucesso.
Altos
A ideia de criar uma novela contemporânea sob a ótica de ex-congelados que viveram no século 19 foi excelente. Os diálogos que faziam comparações entre o Brasil do século 19 ao 21 levavam à reflexão.
Edson Celulari esteve irretocável na pele de Dom Sabino, um homem que se encantou com o mundo novo sem deixar de criticar os erros que a sociedade moderna continuam cometendo. Um grande personagem para um grande ator. Casamento perfeito!
A química entre Samuca (Nicolas Prattes) e Marocas (Juliana Paiva) explodiu no primeiro capítulo e se manteve viva por toda a novela. A sintonia foi tanta que o casal da ficção migrou para a vida real.
A dupla formada por Coronela (Solange Couto) e Januza (Bia Montez) era certeza de diversão. Impossível conter o riso nas cenas em que as duas disputavam a atenção de Teófilo (Kiko Mascarenhas).
Christiane Torloni brilhou na pele de Carmen. A atriz convenceu como mãe dedicada, empresária e mulher apaixonada.
Baixos
Cleo estava caricata como a vilã Betina. A trama da personagem também não convenceu. Difícil acreditar que ela cometeria tantos crimes apenas por não se conformar em perder Samuca para Marocas.
A novela começou com muito fôlego, mas perdeu força no meio do caminho. Rolou aquela “barriga” básica, que é quando a trama fica andando em círculos e nada de relevante acontece.
Mazé (Juliana Alves), Helen (Rafaela Mandelli) e Cairu (Cris Vianna) praticamente não tiveram suas histórias desenvolvidas. Realmente passaram despercebidas.
Adriane Galisteu foi muito mal aproveitada na história. A estilista Zelda até teve um momento de destaque, quando foi presa por escravizar seus funcionários, mas acabou esquecida.

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