Raísa Gomes estava em casa, quando sentiu a cama tremer. “Ouvi um barulho enorme e corri para a janela”, relembra a psicóloga de 23 anos. Era parte da garagem do prédio de 32 apartamentos onde mora com a família que acabava de desabar. O acidente aconteceu na noite de quarta-feira, na Rua Rodolfo Pimentel, em Brotas. Junto com a estrutura, que caiu de uma altura de cerca de 10 metros, despencaram dois automóveis — um Fiat Punto azul-marinho e um Ford Fiesta prata — ambos dos mesmo dono, o funcionário público municipal Claúdio Mota que escapou do acidente por pouco.
Cláudio estava nos fundos da garagem, que já estava com uma rachadura. “Eu estava decidindo se tirava o carro de lá ou não. De repente, tudo desabou na minha frente”, conta. Ninguém ficou ferido. Uma obra está sendo realizada em um terreno ao lado do prédio e, segundo o conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea) e professor do Departamento de Engenharia da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Luis Edmundo, as escavações da obra influenciaram no acidente. “Com certeza, a escavação tem responsabilidade, mas não podemos precisar o quanto sem o término do laudo pericial”, explicou. Apesar de terem alvará, as obras foram interditadas ainda pela manhã pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) para construir. Segundo o órgão, as únicas ações permitidas são as referentes à recuperação dos danos e prevenção de riscos. A Defesa Civil vistoriou o prédio e afirmou que não há mais riscos de desabamento. Mas na placa de identificação do terreno em construção não estão visíveis o nome da construtora e do engenheiro responsável — informações que são obrigatórias por lei. Enquanto isso, os moradores do edifício continuam somando prejuízos. O pátio onde fica uma piscina de 40 mil litros, construída no andar de cima, exatamente sobre o local do desabamento, também está interditado sob risco de queda. “Vamos ter que retirar a água com uma bomba de sucção e escoá-la”, explica a síndica Rainir Gomes, seguindo as recomendações da Sucom. E quem ficou sem a garagem está tendo que parar o carro na rua, onde o estacionamento é proibido. Das 64 vagas de estacionamento do prédio, 33 estão com o uso vetado por estar na área interditada. E mais: além das possíveis multas, até que o laudo pericial da polícia técnica determine os responsáveis pelo desabamento, os moradores vão ter que arcar com os custos de um segurança noturno para vigiar o prédio, que permanece com a garagem aberta. Matéria original do Correio Após desabamento de garagem, pátio com piscina de 40 mil litros de água corre risco de queda
Carros despencam depois de desabamento de garagem em Brotas. Obra no terreno ao lado foi interditada |
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