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SALVADOR

Atropelamento é a maior causa de morte no trânsito de Salvador

Especialista aponta medidas que podem ser tomadas para reduzir o número de mortes por atropelamentos

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13/05/2013 às 18:49 • Atualizada em 02/09/2022 às 5:42 - há XX semanas
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Em 2011 e 2012, o atropelamento foi o tipo de acidente que mais resultou em mortes no trânsito da capital baiana. No ano passado, Salvador registrou 249 vítimas fatais em acidentes de trânsito, de acordo com dados da Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador). Destas mortes, aproximadamente 47% (117) foram de atropelamentos, o tipo mais comum de acidentes com mortes na capital baiana em 2012. Em segundo lugar, estão as colisões, que resultaram em 68 mortes (cerca de 27%). Já em 2011, foram 233 mortes no trânsito, sendo 118 vítimas de atropelamento (aproximadamente 51%). O número de pedestres que foram vítimas fatais em 2012 é quase o mesmo número de mortes em atropelamentos (116). E, só neste ano, cinco das 18 mortes no trânsito (cerca de 28%) foram de pedestres.
Os dados são alarmantes e o percentual chama atenção em relação ao que acontece ao redor do mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente, cerca de 1,24 milhão de mortes acontecem no trânsito em todo o mundo. Deste total de mortes, "apenas" 22% (mais de 27 mil) são de pedestres.
Como mudar este quadro? Segundo Cristina Aragón, analista de trânsito e transporte e blogueira do iBahia, a questão do atropelamento no trânsito no Brasil extrapola o que acontece no resto do mundo e, quando o índice chega a 10% em países desenvolvidos, isso se torna motivo de preocupação. Para ela, o poder público pode intervir de diversas formas para diminuir o número de atropelamentos em Salvador.
Uma medida imediata que pode ser tomada é a redução da velocidade regulamentada das vias. De acordo com Cristina, uma pesquisa já feita na Suécia e em alguns países europeus demonstra uma relação estreita entre a velocidade e mortes por atropelo: quando um atropelamento acontece a uma velocidade acima de 60 km/h, as chances da pessoa atropelada morrer é de quase 100%.
"Todos são responsáveis pela segurança do pedestre"
Diante disto, a comunidade europeia reduziu a velocidade máxima de vias para 50 km/h e implantou, em diversas áreas, as chamadas zonas 30, onde os motoristas não podem trafegar a mais de 30 km/h, sobretudo em zonas de bairro, com predominância de pedestres. Se o veículo estiver em uma velocidade baixa, as chances de sobrevivência em caso de atropelamento são maiores e a gravidade do acidente é mais branda.
Para reduzir a velocidade, diversas medidas podem ser adotadas. Segundo a analista de trânsito e transporte, não é apenas colocar placa, mas também revisar a infraestrutura. Além do quebra-mola, também podem ser adotadas a redução da largura das vias, a implantação de desvios durante o traçado da via e a instalação de dispositivos eletrônicos, além da mudança no pavimento e da elevação do piso (faixa elevada) em áreas em que há passagem de pedestres, de acordo com a blogueira.
Melhorar a iluminação nas travessias de pedestres, o que foi implantado em São Paulo, também é uma alternativa que pode dar certo, segundo Cristina. Afinal, boa parte dos acidentes acontecem à noite, porque as pessoas não são vistas.
A melhoria das condições das calçadas na capital baiana também é uma opção. "Hoje, Salvador tem calçadas com níveis insatisfatórios. Elas mesmo não tem condições de tráfego para os pedestres", afirma a analista de trânsito e transporte, que aponta como problemas os buracos, passeios estreitos e a ocupação indevida (por carros estacionados, barracas, camelôs e entulhos, por exemplo). Isso, segundo ela, expulsa o pedestre da calçada, sendo uma forma de causar atropelamentos.
Educação no trânsito Outra medida que pode ser tomada para reduzir o número de atropelamentos diz respeito à educação no trânsito. Segundo Cristina Aragón, seria importante um programa de educação no sentido de fazer com que as pessoas enxerguem que a cidade é de todo mundo, não só do carro. "A cidade é das pessoas", afirma a analista de trânsito e transporte.
"Precisa-se ter vontade e a determinação de enxergar que são medidas que precisam ser implantadas"
Ela ressalta que o Código de Trânsito Brasileiro estabelece uma ordem de prioridades. "Em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres", diz o Art. 29. "Todos são responsáveis pela segurança do pedestre. Não é só porque o pedestre atravessou fora da faixa que a pessoa tem o direito de atropelar", explica Cristina.
"São questões simples de resolver. Precisa-se ter vontade e a determinação de enxergar que são medidas que precisam ser implantadas", resume a analista de trânsito e transporte.

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