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Com o fim do Carnaval, os prejuízos deixados pelo motim da Polícia Militar à economia de Salvador já começam a ganhar contornos mais precisos. Entre os setores mais prejudicados está o Turismo, com destaque para a hotelaria, além do comércio, sobretudo o segmento de bares e restaurantes. Os hotéis de Salvador que estão fora do circuito do Carnaval registraram uma queda de 10% na taxa de ocupação durante o período da folia. Enquanto em 2011 a taxa foi de 94%, este ano não passou dos 84%. Já os hotéis que ficam nos circuitos registraram uma queda de 8% na ocupação - 92% este ano, contra os 100% de 2011. Os números são do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Salvador e Litoral Norte. “Atribuímos essa queda em 90% à greve da PM e os outros 10% à necessidade de se reinventar nosso Carnaval”, considerou o presidente do sindicato, Silvio Pessoa, que também preside o Conselho Baiano de Turismo (CBTur). Ele defende um maior número de atrações sem cordas, além de uma participação mais efetiva dos empresários dos blocos e camarotes na captação de turistas. “Hoje, a maioria dos blocos e camarotes simplesmente fica esperando o turista chegar”, criticou. Ele calcula que os hotéis terão uma perda de 40% do faturamento esperado para o mês de fevereiro. Por sua vez, os bares e restaurantes devem perder 60% no período. A arquiteta Fabiana Ungaretti, 26 anos, preferiu ir de Brasília para o Carnaval de Pernambuco. “Recife tem outro tipo de Carnaval, mais democrático, com atrações abertas ao público”, argumentou. “Se tivesse me planejado ir a Salvador, teria desistido por causa da greve da PM”. A jornalista Renata Alves, que também preferiu Recife, considerou a festa de lá mais tranquila e com melhor programação. “Em Salvador curte mais quem tem maior poder aquisitivo. A massa é excluída”, criticou. Já a estudante Júlia Vasconcelos preferiu vir a Salvador. “Vim pela energia contagiante e pela diversidade musical”.
MedidasO presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Cláudio Tinoco, reuniu-se ontem com representantes do trade para anunciar medidas que diminuam os efeitos da greve. “Estamos trabalhando no sentido de incrementar o calendário do turismo de negócios e eventos, responsável por 60% do fluxo de turistas da cidade”, disse ao CORREIO. Ele ainda prometeu aumentar o investimento nos programas que incentivem a atração de novos turistas e tragam jornalistas especializados que ajudem a melhorar a imagem da cidade. “Já estamos em contato com empresas aéreas, como a Gol, que está comprometida”. Outra medida será ampliar e criar festivais de gastronomia.
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