Os seis candidatos à prefeitura de Salvador participaram na noite desta terça-feira (14) do debate organizado pela TV Aratu/SBT. Este foi o segundo confronto televisionado entre os prefeituráveis - antes, a Band Bahia recebeu um. Estiveram presentes ACM Neto (DEM), Rogério da Luz (PRTB), Mário Kertész (PMDB), Márcio Marinho (PRB), Hamilton Assis (PSOL) e Nelson Pelegrino (PT). Dessa vez, o debate contou com a participação de três jornalistas que também elaboraram perguntas aos candidatos - Jairo Costa Júnior, do CORREIO, Biaggio Talento, de A TARDE, e Osvaldo Lyra, da Tribuna da Bahia. O debate foi mediado pelo apresentador Casemiro Neto. Em um primeiro momento, todos os candidatos responderam à mesma pergunta: qual o principal problema que identificam em Salvador e o que farão para resolvê-lo caso sejam eleitos. "O pior problema de Salvador é que não tem prefeito", atacou Mário Kertész, anunciando que faltam 139 dias "para João Henrique nos deixar". "Salvador não é para principiantes. Salvador tem jeito. Agora, é preciso trabalhar duro", salientou. Já Hamilton Assis atacou o que chamou de "esquemas privados", que controlariam a máquina pública, como a máfia do lixo e a da especulação imobiliária. "Precisamos dar um fim a isso. Moro há 49 anos na periferia dessa cidade. Sofro na pele os problemas". Para Márcio Marinho, Salvador tem vários problemas, não só dessa gestão. Ele acredita que é preciso "que haja por parte do gestor uma energia, uma vontade, acima de tudo um gestor que tenha atenção e carinho por essa população". O candidato ACM Neto disse que a cidade precisa de um prefeito que coloque "ordem na casa" e chame a responsabilidade para resolver as questões urgentes, como o trânsito, a saúde pública, educação e segurança. "É preciso garra, coragem e liderança para enfrentar tantos desafios. Que olhe para frente, que olhe para o futuro. Essa cidade pode crescer, pode prosperar e pode fazer justiça social. Que bote Salvador para andar com as próprias pernas". Nelson Pelegrino destacou que a capital baiano tem "graves problemas" e precisa de um gestor que "recupere a capacidade de investir e tenha competência para fazer projetos e parcerias com o governo federal e estadual". Já Rogério da Luz, novamente insistiu que o prefeito de Salvador precisa ser um técnico, um analista, um gestor, alguém "que consiga fazer as coisas dentro de um plano, de um prazo".
Perguntas trocadasOs candidatos também trocaram perguntas entre si, com ordem definida por sorteio, em dois momentos do debate. Mário Kertész e ACM Neto travaram um embate neste ponto, com o peemedebista insistindo que Salvador não pode "andar com as próprias pernas", como defende o candidato do DEM. "Salvador pode andar com as próprias pernas, pode ser independente. É preciso racionalizar as despesas de Salvador, acabar com o desperdício, trabalhar com política zero de corrupção. E principalmente ter um plano de desenvolvimento econômico para incrementar as receitas de Salvador", disse. Kertész criticou a postura do adversário. "A gente tem que ir com um pouco mais de pé na realidade. Não adianta dizer que anda com as proprias pernas, não é verdade e o deputado sabe disso". O candidato do PMDB também teve uma desavença com Márcio Marinho, que ao ser chamado de Bispo pelo radialista disse não ter vergonha de sê-lo. Kertész se irritou e disse que não queria diminuí-lo. "Não venha tentar me indispor com os religiosos. Eu tenho o maior respeito por todas as religiões e você sabe disso". Ao ser questionado por Pelegrino sobre seus planos para a saúde, Kertész voltou a atacar ACM Neto. "Parece que é um super-homem, não depende de ninguém, quer ser o melhor prefeito, vai pegar tudo para ele. Esse negócio de dizer que a prefeitura anda com recursos próprios não é verdade". Ele também criticou a participação de Pelegrino no governo de João Henrique, lembrando que ele "indicou dois secretários (de saúde) que não foram lá essas coisas toda". O petista disse que deixou de apoiar JH justamente porque a saúde não era uma prioridade na administração e se comprometeu a gastar 20% do orçamento na área, que deve ser encarada como uma prioridade pelo prefeito. Pelegrino também foi criticado pela greve dos professores da rede estadual - segundo Hamilton Assis, ele teria apoiado o "esquema de repressão" aos docentes. O candidato disse que os servidores públicos temem uma possível gestão petista na prefeitura. "Nós vamos tratar bem os servidores, os trabalhadores. Quem tem lado não muda", garantiu Pelegrino. Jornalistas participamOs três jornalistas candidatos participaram elaborando cada um duas perguntas. O primeiro a perguntar foi Jairo Costa Júnior, do CORREIO, que questionou a Hamilton Assis como ele pretende governar se não tem muitos partidos em sua base de apoio. "Negociar não é só ceder. Temos certeza que os vereadores não vão se opor ao desejo legítimo de nossa cidade", acredita o candidato do PSOL. O jornalista também questionou a Kertész sobre o fato de seu partido, o PMDB, ter apoiado o prefeito João Henrique em 2008. "Não me chame para essa festa enlutada, que eu não fiz parte. Nessa época eu não era do PMDB", disse. Biaggio Talento, de A Tarde, repassou a ACM Neto uma pergunta que ele disse ser do prefeito João Henrique: as promessas são muitas, mas de onde virá o dinheiro. "Se eu cortar 2 pontos percentuais de economia onde há desperdício, só com isso posso montar 90 equipes de saúde da família", disse, falando em fazer cortes e arrecadar mais. "Vamos construir o primeiro hospital municipal. Onde? Em Pau da Lima. Com que recursos? Uma parceria público-privada. A primeira PPP municipal". Talento também perguntou a Pelegrino como será a relação do petista com o mercado imobiliário, um setor em crescimento e alvo de muitos problemas judiciais, perguntado se a Lei de Ordenamento de Uso e Ocupação do Solo (Lous) seria revista em sua administração. "Vou atualizar todos os instrumentos à luz dos interesses da cidade. Isso acontecerá de maneira democrática" O repórter Osvaldo Lyra, da Tribuna, questionou Da Luz sobre seu projeto do aerotrem e suas outras propostas para melhorar o trânsito de Salvador. "Temos capacidade de fazer e principalmente cronograma", disse o candidato, prometendo também melhorar a linha ferroviária da cidade. Ele também perguntou as propostas de Márcio Marinho para a orla da cidade. Matéria original Correio 24h Candidatos participam de segundo debate de TV, organizado pela Aratu
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