A Polícia Militar da Bahia instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o suposto envolvimento de sete policiais militares na morte de Carlos Alberto Júnior, 21, na manhã de quinta-feira (13), no Nordeste Amaralina. Em nota, a instituição informa que o capitão Sérgio Malvar Costa é o oficial designado pela Corregedoria Geral para apurar o IPM, que inclui as perícias nas armas dos envolvidos e no local da ocorrência. Os policiais e 11 testemunhas foram ouvidos ainda na tarde de ontem (13), na Corregedoria da PM. Os policiais militares foram afastados das atividades operacionais enquanto durar o referido inquérito, que tem prazo inicial de 40 dias para conclusão. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP), a decisão de afastar os policiais decisão partiu do próprio secretário Maurício Teles Barbosa. Moradores dizem que Júnior foi executado por policiais da 40ª Companhia Independente de Polícia Militar (Nordeste de Amaralina). Ele era primo do menino Joel, morto por policiais militares em 2010. Eles relatam também que o jovem trabalhava no Gran Hotel, na Barra, e estava indo jogar bola. “Ele disse pra eu adiantar porque resolveu parar em um bar”, contou um de seus primos que estava com a vítima momentos antes do incidente. Ele afirma que no trajeto até o campo foi abordado por quatro PMs, que teriam lhe mandado correr. “Disse que não ia correr porque sou trabalhador e fui imobilizado”, contou o rapaz, que diz ter ouvido três tiros neste momento. Leia mais: Jovem morto no Nordeste de Amaralina era primo do menino Joel; protestos continuam"Colocaram a arma na mão dele", diz amigo de vítima no Nordeste SSP afasta policiais envolvidos no caso de Nordeste de Amaralina Provas forjadas De acordo com amigos de Júnior, os policiais mataram o jovem e tentaram forjar provas para incriminá-lo. “Ele tinha saído do bar quando foi cercado por quatro PMs. Eles chegaram atirando”, disse um deles. “Depois, colocaram a arma na mão dele. Todo mundo viu”, disse o outro amigo da vítima.
A versão da polícia é bastante diferente. Segundo eles, os PMs da Base Comunitária de Segurança realizavam uma ronda na localidade de Olaria e teriam sido recebidos a tiros pelos moradores. Teria havido uma troca de tiros e Júnior foi morto. Os policiais alegam terem apreendido também um revólver calibre 38 e pedras de crack. Em um terreno próximo, eles também encontraram uma pistola calibre 32. A morte foi registrada como Auto de Resistência na Corregedoria da corporação e não na delegacia do Nordeste. Protestos Por causa do ocorrido, moradores da região realizaram três manifestações distintas: duas pela tarde e uma outra pela noite, onde bloquearam a avenida Manoel Dias da Silva ao atear fogo a lixo e móveis. Segundo a polícia, eles também chegaram a atear fogo em um coletivo. Júnior será enterrado na tarde desta sexta-feira (14) no cemitério Campo Santo, no bairro da Federação. Matéria original do CorreioPM instaura inquérito para apurar envolvimento de policiais em morte de jovem
Trecho de saída da Avenida Manoel Dias foi bloqueado em três momentos do dia, com móveis velhos e pneus que foram incendiados |
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade