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SALVADOR

"Choro todos os dias", diz marido de mulher morta em acidente

Thaís morreu depois de um motorista em alta velocidade bater de frente com seu carro em Lauro de Freitas

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02/02/2016 às 14:12 • Atualizada em 02/09/2022 às 0:41 - há XX semanas
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André Reis de Oliveira, marido da instrumentadora cirúrgica Thaís Nunes Torres, 31 anos, morta em um acidente de carro na noite de domingo (31), foi ouvido informalmente pela polícia na manhã desta terça-feira (2), por volta das 11h, na 23ª Delegacia (Lauro de Freitas).
"Tudo que a gente planejava junto foi embora. Tudo por causa de um condutor irresponsável e embriagado", disse André, que chegou na delegacia acompanhado da irmã, Andreia, 30 anos. "Tenho 31 anos e já passei por vários problemas, mas nunca derramei uma lágrima. Hoje, choro todos os dias", disse, emocionado. O depoimento oficial está marcado para quinta-feira (4), às 10h. Até o momento, o soldado da Polícia Militar Márcio Santos Conceição, 40 anos, responsável pelo acidente, ainda não se apresentou à Corregedoria da PM.

(Foto: Reprodução/Facebook)

"Pior cena da minha vida"Bastante abalado, André conversou com o CORREIO e falou sobre os últimos momentos de vida da esposa. Thaís tinha ido buscá-lo em um curso e voltava para casa quando o acidente aconteceu. Mãe cuidadosa e amorosa, Thaís levou o filho de apenas quatro meses para buscar o pai. "Ela me ligou e disse que ia fazer uma surpresa". André chegou a pedir para dirigir, mas Thaís negou e disse para ele ficar brincando com o bebê no banco de trás. De forma inesperada, André ouviu a mulher gritando, pedindo pra ele ter cuidado. Ao olhar pra frente, ele viu o carro dirigido pelo PM vindo em direção ao deles.
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A batida foi violenta e chegou a partir o cinto de segurança da esposa, mas ele conseguiu segurar e proteger o filho. Um pouco atordoado, André saiu do carro e levou o bebê, com medo de que outro acidente acontecesse. "Foi sentimento de pai. Tive medo de outro carro chegar e bater de novo no nosso". Com a filho a salvo, André foi ver o estado de Thaís. Ela saiu do carro cambaleando e caiu no chão, já agonizando. "'Não me deixe morrer', ela me pediu. Mas quando segurei a sua mão vi que estava gelada. Foi a pior cena da minha vida", relembrou emocionado.

André mostra ferimentos causados
pela batida que matou sua esposa

(Foto: Bruno Wendel/CORREIO)

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PM saiu do carro cambaleandoAinda em conversa com o CORREIO, André afirmou que viu o momento em que o PM saiu do carro com a esposa e duas crianças. "Eles estavam cambaleando, completamente bêbados", disse revoltado. Segundo André, cinco minutos depois do acidente chegaram três viaturas da PM, antes mesmo que a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). "Pedi para o policial prender ele, mas ele me disse que não podia sair de lá". Márcio Santos Conceição, a esposa e as duas crianças foram embora do local em uma das viaturas. "O corporativismo impediu que o exame de alcoolemia fosse feito". Agora, André só quer justiça e cuidar dos filhos - ele também vai criar o outro filho de Thaís, de 8 anos. "A sensação que tenho hoje é de impotência. Só existe lágrimas e solidão. Mas os meninos me dão forças pra seguir em frente". InvestigaçãoA PM informou que aguarda a apresentação do soldado para iniciar um procedimento de apuração em paralelo ao inquérito da Polícia Civil. Diz ainda que o policial militar estava acompanhado da esposa, que foi socorrida para um hospital e passa bem. Márcio dirigia o carro da esposa, Marluce Lubarino Lima. "A PM lamenta imensamente a morte da Thais Nunes Torres e se solidariza com seus familiares", diz nota da corporação.
O delegado Joelson Reis, da 23ª Delegacia (Lauro de Freitas), já havia afirmado que a polícia investigava a participação de um PM no caso. "O agente de trânsito que registrou a ocorrência trouxe a informação de que ele (causador do acidente) seria um policial militar. Nós ainda estamos tentando identificar se, de fato, trata-se de um PM", disse o delegado. Ainda de acordo com ele, a polícia já solicitou laudos periciais dos veículos envolvidos no acidente e exames de lesões corporais nas vítimas.
A cunhada de Thais, Andreia, também havia denunciado o envolvimento de um policial. Segundo ela, o PM deixou o local do acidente em um carro e no Hospital do Aeroporto estavam quatro viaturas. "Pedi para não deixarem ele sair porque ele tinha matado minha cunhada. Quando voltamos, as viaturas já tinham saído e ele também", relata.

Thais não resistiu e morreu momentos depois
do acidente
(Foto: Reprodução/Facebook)

DesabafoO marido de Thaís desabafou nas redes sociais após a perda. "Gente, neste momento arrasador em minha vida agora só existem lágrimas e muita dor. Estou sem ter como falar com ninguém, me desculpe mas não consigo", postou André Reis de Oliveira. O corpo de Thaís foi sepultado no Cemitério Bosque da Paz.
Amigos e familiares mandaram força para André, que é pai de um bebê de quatro meses, filho de Thaís. Ela ainda deixou um filho de 8 anos do primeiro casamento. "Força André! Que o senhor Jesus lhe dê forças pra seguir em frente e conforte seu coração e dos familiares... Deus te abençoe!", escreveu uma amiga.
"Meus sentimentos André...Que Deus conforte o seu coração e da sua família... Força! Seu bebê precisa de você", postou outra. "Oi André, força irmão não existem palavras para descrever o que você está passando por este momento. Que Deus ilumine a tua vida e de seu filho".
Thais teria hoje seu primeiro dia de folga do trabalho - ela trabalhava no Hospital Pro Hope, antigo Jaar Andrade, em Cajazeiras. André estava preparando o casamento oficial dos dois - eles viviam juntos, mas ainda não eram casados oficialmente. Ele também planejava uma festa para celebrar a união.
Colegas de trabalho contaram que Thaís era uma pessoa bastante solidária e tranquila. Recentemente, as colegas fizeram um chá de fraldas para o bebê de 4 meses de Thais, que estava no carro no momento do acidente.
"Não me deixe morrer" Thaís morreu depois de um motorista em alta velocidade bater de frente com seu carro na noite de domingo (1º), em Lauro de Freitas. O acidente aconteceu por volta das 20h30, na Avenida Dois de Julho, no trecho que fica atrás do Hospital Aeroporto.
Thaís tinha ido buscar o marido em um curso e voltava para casa quando aconteceu o acidente. O marido estava sentado no banco de trás, com o filho do casal de apenas quatro meses.
Era Thaís que conduzia o carro modelo Punto. "Meu irmão disse que ela vinha devagar, conversando, fazendo planos porque os dois e os filhos iam passar o Carnaval na Chapada Diamantina. O acidente aconteceu a um quilômetro da casa deles", contou Andreia, cunhada da vítima. * Com informações do repórter Bruno Wendel
Correio24horas

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