Um setor em expansão, que precisa de mão de obra e abre um bom número de vagas ao longo do ano encontra o seguinte problema: não há jovens interessados. Este é o cenário da construção civil baiana, segundo recrutadores, empresários e empregados da área. Sobram vagas, mas as diversas funções não atraem os trabalhadores.
O entrave é confirmado pelos dados do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon), que aponta uma média de idade 44 anos do trabalhador do setor. “Temos um nível salarial mais elevado hoje, mas há o estigma da sociedade”, conta o presidente do Sinduscon, Carlos Alberto Vieira Lima, sobre o motivo mais citado para o desinteresse dos jovens baianos.Lima exemplifica que, às vezes, o comerciário ganha menos que um pedreiro, mas o status faz o jovem optar pelo trabalho mais valorizado socialmente. “Um pedreiro ganha mais de R$ 1 mil, além dos prêmios, horas extras, cesta básica, etc”, destaca Lima.Já para Lúcia Costa Maia, secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção da Bahia (Sintracom), falta valorizar esta mão de obra, já que muitos entram como ajudantes e não conseguem crescer na carreira. “O empresariado critica, diz que falta mão de obra, mas não investe na qualificação destes trabalhadores”, analisa.Vagas Além da disputa entre empregados e empregadores, a verdade é que sobram vagas na construção civil. Segundo Moisés Frutuoso, gerente da unidade central do Sinebahia, as ofertas de vagas nesta área já são 20% maiores em relação ao ano passado. “Mas a gente observa que a procura é de pessoas com mais de 30 anos e que já têm alguma experiência na área. Os jovens querem trabalhar em escritório, principalmente, na área de informática”, ressalta.Frutuoso também defende que existem oportunidades de crescimento dentro da construção civil. Ele diz que, apesar da maioria dos profissionais começar como ajudante, pode chegar a mestre de obras e receber mais de R$ 8 mil de salário. “É uma área onde o crescimento profissional depende da pessoa querer aprender”.ValorizaçãoPara o recrutador, a solução é iniciar campanhas que valorizem a mão de obra na construção civil, com melhores salários e mostrando para a sociedade que estas tarefas requerem técnicas, para acabar com o estigma de “peão”. “Esta não renovação da mão de obra é algo que preocupa a gente, porque os investimentos no país, principalmente em infraestrutura, estão só começando. Vamos precisar destes profissionais”, pondera.Para Hildenízia Chagas, gerente-geral do Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (Simm), muitas pessoas acabam deixando o emprego para trabalhar como autônomos. “Não é vantagem, porque ele não tem nenhuma garantia e se ele ficar doente, por exemplo, fica sem receber”, comenta.Só este ano, Hildenízia conta que foram abertas 750 vagas para a construção civil em Salvador. “E acreditamos que ainda vai crescer mais”, acrescenta.CursosAtentos a esta demanda, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) fará um mutirão na próxima quinta-feira para recrutar 320 pessoas para cursos gratuitos de pedreiros, encanador, carpinteiro, etc. Segundo Tatiana Ferraz, gerente da área de construção civil do Senai, quem faz este curso já sai com emprego quase certo. Só no ano passado foram treinadas mais de 7 mil pessoas. Mais informações serão divulgadas durante a semana.
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Em Salvador, falta mão de obra jovem e qualificada na construção |
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